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Jovens marroquinos rejeitaram as reformas constitucionais anunciadas pelo rei Mohammed VI e convocaram manifestações de protesto para amanhã em todo o país. O monarca fez as propostas em resposta a uma onda de manifestações pela democracia iniciada em 20 de fevereiro, sob influência de movimentos semelhantes na Tunísia, no Egito, no Bahrein e no Iêmen.

"O plano proposto pelo rei não responde às nossas demandas por uma separação verdadeira entre os poderes", disse Najib Chaouki, um dos dirigentes do Movimento 20 de Fevereiro. "Nós vamos protestar pacificamente amanhã contra esse plano. Os comitês nacionais do movimento convocaram uma manifestação por uma constituição verdadeiramente democrática e uma monarquia parlamentar", afirmou.

O rei Mohammed VI, de 47 anos, chegou ao trono em 1999 e controla virtualmente todas as esferas de poder. Pela reforma da Constituição que será submetida a um plebiscito em 1º de julho, ele vai manter os papéis de chefe de Estado, "comandante dos fiéis" (líder religioso máximo) e comandante das Forças Armadas. O rei também deverá manter a prerrogativa de nomear embaixadores diplomatas e os chefes de órgãos "estratégicos" não especificados.

O primeiro-ministro, com o posto rebatizado de "presidente do governo", terá o poder de dissolver o Parlamento, o que atualmente só o rei pode fazer. Mohammed VI também prometeu tornar o Judiciário independente.

"Em comparação com a Constituição atual, esse plano é um avanço importante. Tudo o que o rei havia prometido em seu discurso de 9 de março está mantido", disse o deputado oposicionista Eddine Othmani. Aquele discurso foi a primeira manifestação pública do rei do Marrocos depois da derrubada dos regimes autoritários da Tunísia e do Egito.

O presidente do Partido do Progresso e do Socialismo, Nabil Benabdallah, disse que "o Marrocos está entrando em uma nova fase constitucional. O plano permitirá a construção de um Estado moderno e democrático".

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