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Imagem da Nasa mostra evidências de que água salgada corre pelas montanhas nos meses quentes. Descoberta se baseou nas linhas escuras, que aparecem e somem sazonalmente | JPL-Caltech/ Univ/NASA
Imagem da Nasa mostra evidências de que água salgada corre pelas montanhas nos meses quentes. Descoberta se baseou nas linhas escuras, que aparecem e somem sazonalmente| Foto: JPL-Caltech/ Univ/NASA

A Nasa divulgou um estudo nesta segunda-feira (28) com evidências de que Marte não tem apenas água congelada, mas, sim, correntes de água salgada escorrendo nas encostas de algumas montanhas durante o período do verão.

O anúncio é o mais importante sobre o Marte nos últimos anos e aumenta a especulação sobre a possibilidade de existência de vida no planeta mais parecido com a Terra no sistema solar.

Segundo os cientistas, finalmente observações “apoiam fortemente” uma teoria de longa data de que água salgada flui pelas encostas do Planeta Vermelho no verão.

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As linhas escuras e estreitas tendem a aparecer e crescer durante os meses mais quentes em Marte e desaparecer durante o resto do ano. O sal reduz o estado sólido da água e, segundo os cientistas, isso explica esses fluxos salgados sazonais.

Pela água ser essencial à vida, os achados desta segunda-feira poderiam gerar grandes implicações.

Os pesquisadores dizem que a exploração futura é necessária para determinar se existe qualquer vida microscópica em Marte. Eles basearam suas conclusões em dados da Mars Reconnaissance Orbiter da NASA, que têm sido estudado desde 2006.

Como os cientistas chegaram a essa conclusão?

Os cientistas desenvolveram uma nova técnica para analisar mapas químicos da superfície marciana obtidos pela Mars Reconnaissance Orbiter.

Eles encontraram marcas reveladoras de sais que só se formam na presença de água em canais estreitos nas encostas de rochedos por toda a região equatorial do planeta.

Esses declives, relatados pela primeira vez em 2011, surgem durante os meses quentes do verão marciano e desaparecem quando as temperaturas caem.

Os cientistas desconfiam que essas faixas, conhecidas como linhas de declive recorrentes, (RSL, na sigla em inglês), são abertas pelo fluxo da água, mas ainda não haviam sido capazes de medi-las.

“Achei que não havia esperança”, disse Lujendra Ojha, estudante de graduação no Instituto de Tecnologia da Georgia e principal autor da monografia presente na edição desta semana do periódico Nature Geoscience, à Reuters.

O que sabemos sobre Marte?

A descoberta de evidências fortes sobre água corrente em suas montanhas abriu um novo capítulo sobre Marte -- e, principalmente, sobre a possibilidade de existir vida em seu território.

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A sonda Mars Reconnaissance Orbiter faz medições durante a parte mais quente do dia marciano, por isso os cientistas acreditavam que quaisquer indícios de água, ou de marcas de minerais hidratados, teriam se evaporado.

Além disso, o instrumento de detecção química na sonda orbital não consegue especificar detalhes tão pequenos quanto as faixas, que costumam ter menos de 5 metros de largura.

Mas Ojha e seus colegas criaram um programa de computador que consegue esmiuçar pixels individuais. Esses dados depois foram correlacionados com as imagens de alta resolução das faixas. Os cientistas se concentraram nas faixas mais largas e encontraram uma combinação perfeita entre suas localizações e a detecção de sais hidratados.

A descoberta “confirma que a água está desempenhando um papel nestas características”, acrescentou Alfred McEwen, cientista planetário da Universidade do Arizona.

“Não sabemos se está vindo da subsuperfície. Pode vir da atmosfera.”

Simulação

Confira animação divulgada pela Nasa que simula um voo em um dos solos montanhosos de Marte. As faixas escuras seriam as correntes de água que descem nos meses quentes:

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