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A demissão em massa de trabalhadores em Cuba é mais uma demonstração do fracasso da experiência socialista. É também sinal de que tempos piores virão, já que a economia cubana não tem a mínima condição de funcionar com o modelo atual.

O emprego no setor público era farto porque Cuba mantinha o ideal socialista de que o pleno emprego deve ser exibido. Nem que para isso seja preciso deixar dez pessoas num escritório sem nada o que fazer: um empregado só para dar bom dia, outro para puxar a cadeira, e assim vai.

É uma farsa. Por trás disso, o sistema público não funciona.

Veremos, com as reformas que já foram anunciadas no setor agrícola e com a maior liberação do trabalho em cooperativas, anunciada ontem, até que ponto esse setor será impulsionado. Mas também resta esperar para saber quais limites o Estado colocará para o funcionamento da atividade privada.

Medidas paliativas não resolverão a grave crise cubana. Pelo contrário, poderão aumentar as frustrações populares. Ninguém suporta andar com um carro de 1945, nem viver com um salário de US$ 20,00 (cerca de R$ 34,00).

Outras demonstrações do fracasso deste modelo já foram dadas. O país carece de um setor econômico dinâmico: a indústria inexiste; na agricultura, a situação é equivalente à anterior à revolução de 1959, com apenas um pouco de cana-de-açúcar e fumo sendo produzido. Além disso, há o turismo e, infelizmente, muita prostituição. Nenhuma atividade criada nesses 50 anos na ilha obteve êxito.

Durante 30 anos, o país viveu com ajuda financeira milionária da ex-União Soviética. Quando terminou o auxílio, no início dos anos 90, o mundo percebeu que o que mantinha os bons sistemas de saúde e educação na ilha era a injeção de dinheiro soviético. Quando ela parou, a economia ruiu.

Só há um meio para a recuperação econômica de Cuba: a introdução do capitalismo. Não há outra saída. O regime tem consciência dessa realidade, mas resta uma barreira ideológica que dificulta o reconhecimento público do problema. A questão central continua sendo o apego ao socialismo de Estado.

O regime só sobrevive porque é um Estado policial, que precisa demonstrar sua força todo dia para manter a população com medo.

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