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Foto divulgada pela Presidência da Argentina do presidente argentino Alberto Fernandez (C) discursando ao lado de seu Ministro das Relações Exteriores Felipe Sola (E) e seu Chefe de Gabinete Santiago Cafiero, durante uma Cúpula Virtual do Mercosul no 30.º aniversário de sua criação na Casa Rosada em Buenos Aires, em 26 de março de 2021.
Foto divulgada pela Presidência da Argentina do presidente argentino Alberto Fernandez (C) discursando ao lado de seu Ministro das Relações Exteriores Felipe Sola (E) e seu Chefe de Gabinete Santiago Cafiero, durante uma Cúpula Virtual do Mercosul no 30.º aniversário de sua criação na Casa Rosada em Buenos Aires, em 26 de março de 2021.| Foto: ESTEBAN COLLAZO / Argentinian Presidency / AFP

O encontro da cúpula do Mercosul em comemoração aos 30 anos do bloco na manhã desta sexta (26), expôs o desalinhamento dos países membros. Boa parte da discussão foi ignorada pelo presidente Jair Bolsonaro, que deixou a videoconferência após pronunciamento. A principal rusga se deu entre os presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e da Argentina, Alberto Fernández, que ocupa a presidência rotativa do bloco.

Lacalle Pou fez um discurso duro em que defendeu a flexibilização do bloco e que este não seja um peso para os seus membros. Ele afirmou que o Mercosul não deve e não pode ser um "lastro", em referência a carga colocada em embarcações para a navegação.

Ao final da videoconferência, Fernández rebateu: "Se nós tivermos nos convertido em outra coisa, em uma carga, lamento. A verdade é que não queríamos ser uma carga para ninguém", disse. O presidente argentino disse ainda que "se a carga é muito pesada, o mais fácil seria descer do barco". "Terminemos com essas ideias, num momento em que a unidade tanto nos importa. Não queremos ser um lastro para ninguém, se somos um lastro, que tomem outro barco", disse.

Na reunião, Lacalle Pou também cobrou maior atuação do bloco e a sua flexibilização. "Vamos propor formalmente discutir a flexibilização. O Uruguai precisa tecnicamente e, sobretudo, politicamente que o Mercosul tome uma decisão a respeito", disse Lacalle Pou.

Assim como Lacalle Pou, a modernização do bloco e a atualização da Tarifa Externa Comum (TEC) também foram defendidas por Bolsonaro, que foi o segundo a falar na videoconferência. O presidente pediu maior integração regional e "redobrar esforços nas negociações externas".

Bolsonaro também ressaltou que eventuais diferenças políticas entre o bloco não podem influenciar a integração e desenvolvimento econômico dos países. "Para levar adiante a agenda de modernização do Mercosul, é preciso compromisso e espírito de cooperação entre os membros. Diferenças de perspectivas que existam entre nós, de natureza política ou econômica, não devem afetar o andamento do projeto de integração desde que respeitados os princípios que balizam o bloco", disse.

O chefe do executivo também destacou a importância da reunião em abril entre os ministros de países membros do bloco. No encontro é esperada a discussão da flexibilização das regras do Mercosul e também o debate sobre a Tarifa Externa Comum. A tarifa foi ainda citada pelo Paraguai, Mario Abdo Benítez, que também pediu que as negociações externas sejam feitas de forma conjunta e coordenada, sem que isso seja uma "barreira" no desenvolvimento dos países do bloco.

No encontro desta sexta-feira, Fernández propôs a criação de observatórios para tratar da qualidade da democracia, da violência de gênero e do meio ambiente. O tema do meio ambiente, em especial, é uma cobrança internacional direcionada ao Brasil, mas não foi mencionada por Bolsonaro em sua fala.

Além dos presidentes dos países membros (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) a videoconferência também teve a participação dos chefes de Estado do Chile e da Bolívia, países associados.

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