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Em setembro de 2019, manifestações no México lembraram os cinco anos do Massacre de Iguala (Rodrigo Arangua/AFP)
Em setembro de 2019, manifestações no México lembraram os cinco anos do Massacre de Iguala (Rodrigo Arangua/AFP)| Foto: AFP

Em setembro de 2014, 43 estudantes da Escola Normal Rural Raúl Isidro Burgos, em Ayotzinapa, desapareceram na cidade de Iguala, Guerrero, no sudoeste do México. Eles estavam em ônibus a caminho de uma manifestação. Para organizações de direitos humanos, os jovens foram executados e tiveram os corpos queimados em diferentes localidades da região. O episódio ficou conhecido como “Massacre de Iguala” e é considerado uma “ferida aberta” no país.

De lá para cá, tem sido feito um verdadeiro esforço para encontrar os restos mortais dos estudantes e identificá-los. Até recentemente, havia a identificação de somente um jovem. Nesta terça-feira (7), porém, as autoridades mexicanas confirmaram a identidade de um segundo estudante, por meio da análise de DNA de um fragmento de osso realizada por pesquisadores da Universidade de Innsbruck, na Áustria. Christian Alfonso Rodríguez Telumbre tinha 19 anos à época do massacre e sonhava em ingressar na faculdade de Agronomia.

A versão oficial sobre o episódio à época foi de que as vítimas foram todas incineradas em um depósito de lixo na cidade de Cocula, enquanto as cinzas foram jogadas no rio San Juan. Os familiares, porém, nunca aceitaram esse relato. O fragmento de osso do pé direito de Telumbre, que possibilitou o exame de DNA, foi, de fato, encontrado no município citado, mas a quase um quilômetro do lixão.

“Como é possível que em 15 horas eles tenham queimado tantos jovens, colocado eles em um saco e jogado no rio?", questionou na ocasião a mãe do estudante agora identificado, María Telumbre. "Isso é impossível. Como pais, nós não acreditamos neles".

O material genético de Telumbre foi encontrado junto de outros cerca de 100 fragmentos de ossos em novembro do ano passado. O material, entretanto, estava muito danificado, e foi possível precisar somente a identidade do jovem de 19 anos. O outro único estudante identificado até então era Alexander Mora, que teve a identidade confirmada em dezembro de 2014.

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