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Milhares de pessoas foram às ruas neste domingo em cidades de todo o Oriente Médio para denunciar os ataques de Israel contra alvos do Hamas na Faixa de Gaza. Os ataques, iniciados no sábado, já deixaram mais de 280 palestinos mortos. Do Líbano ao Irã, os adversários de Israel foram às ruas e realizaram manifestações barulhentas. Entre os aliados regionais também havia descontentamento: o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, qualificou a ação como um "crime contra a humanidade".

Vários dos protestos de hoje tornaram-se violentos. Em Mossul, no norte do Iraque, um suicida que andava de bicicleta atacou a multidão, de mais de mil pessoas. Uma pessoa foi morta e 16 ficaram feridas. No Líbano, a polícia lançou gás lacrimogêneo para conter dezenas de manifestantes que tentavam chegar à embaixada do Egito. Alguns jogaram pedras no edifício e não estava claro se havia feridos.

O Egito, que já atuou como mediador entre Israel e os palestinos e entre o Hamas e seu rival Fatah, tem sido criticado por também fechar suas fronteiras com a Faixa de Gaza. O ministro de Relações Exteriores egípcio, Ahmed Aboul Gheit, pediu que o Hamas renove seu cessar-fogo com Israel: "Havia calma e devemos trabalhar para restaurá-la.

Em Beirute, no Líbano, o representante do Hamas Osama Hamdan disse à multidão que o grupo militante não tinha outra alternativa a não ser lutar. Os militantes de Gaza têm lançado dezenas de foguetes e morteiros no sul israelense, após o encerramento de um cessar-fogo de seis meses, há uma semana.

Na capital da vizinha Síria, Damasco, mais de 5 mil pessoas protestaram. Em Amã, na Jordânia, 5 mil advogados marcharam em direção ao Parlamento. Eles pediam a expulsão do embaixador de Israel e o fechamento da embaixada. A embaixada dos EUA na Jordânia advertiu os norte-americanos para que evitem as áreas em que há protestos.

Milhares de egípcios, muitos deles universitários, protestaram em campi do Cairo, de Alexandria e em outras cidades. Eles acusavam o presidente Hosni Mubarak e outros líderes de não fazerem o suficiente para apoiar os palestinos.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, também criticou os ataques israelenses. Em Ramallah, na Cisjordânia, houve um violento protesto. Tropas israelenses no local mataram a tiros um manifestante, Arafat Khawaja, de 22 anos. Um médico disse que outro homem ferido a tiros estava em estado grave.

França - A França também pediu um cessar-fogo e solicitou que os países europeus usem "todo seu peso" para interromper a violência. "Nós entramos em uma nova espiral de desespero", disse o ministro francês, Bernard Kouchner. "O cessar-fogo precisa ser restaurado.

Kouchner notou que o ataque ocorre em um momento de "vácuo de poder" em Israel e nos Estados Unidos. Os dois países passam por transições - haverá eleições em fevereiro em Israel e em 20 de janeiro Barack Obama assume a presidência norte-americana. "A Europa tem um papel a desempenhar", afirmou o ministro francês.

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