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Protestos desta quarta-feira (5) eram pacíficos até o início da tarde (horário de Brasília) | Reuters/Murad Sezer
Protestos desta quarta-feira (5) eram pacíficos até o início da tarde (horário de Brasília)| Foto: Reuters/Murad Sezer

Milhares de pessoas se concentraram nesta quarta-feira (5) na praça Taksim, em Istambul, no sexto dia de protestos na Turquia, que deixaram até agora dois mortos e mais de 4.000 feridos.

Marchas convocadas por sindicatos e colegiados profissionais desembocaram na praça, em um ambiente festivo e sem incidentes. Nas principais cidades da Turquia também ocorreram manifestações, segundo a imprensa local.

Os protestos pedem a libertação dos "milhares de detidos" nos seis dias de distúrbios e que os responsáveis pelos excessos policiais prestem contas à população.

O que começou como uma manifestação para evitar a destruição de um dos poucos parques no centro de Istambul se transformou em um movimento político que se expandiu por toda Turquia.

O epicentro dos protestos está na Taksim, onde os manifestantes ergueram grandes barricadas de pedras, carros destroçados e cercas para evitar a entrada de veículos da polícia.

Os manifestantes, a maioria jovens universitários e cidadãos de classe média, contam com a simpatia de vários esportistas, atores, intelectuais e escritores turcos.

O único Prêmio Nobel de Literatura turco, Orhan Pamuk, também apoiou os protestos e acusou hoje o governo de ser "opressor e autoritário".

Pamuk, que foi criticado em alguns círculos por não ter se manifestado sobre os protestos contra o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, tomou partido em artigo publicado hoje no jornal "Hurriyet".

A praça Taksim e o parque Gezi, onde milhares de pessoas estão acampadas para evitar sua demolição, estipulada por um controvertido plano urbanístico que prevê a construção de um centro comercial, transformou-se em um espaço festivo no qual sobressaem as palavras de ordem contra o governo islamita moderado de Erdogan.

Os manifestantes começaram a realizar alguns serviços, como a distribuição de água potável e inclusive um grupo de trabalhadores de uma cafeteria internacional e estudantes de medicina criaram um ambulatório para atender os feridos nos confrontos com a polícia.

Outros manifestantes organizam a distribuição gratuita de comida e bebida entre os acampados.

Além disso, a venda de máscaras de papel e óculos de mergulho para limitar os efeitos do gás lacrimogêneo usados pela polícia vem sendo artigos procurados e são muitos os ambulantes que os vendem no local.

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