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O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino| Foto: Ministério da Defesa da Venezuela

As forças naval e aérea da Venezuela escoltarão os navios carregados de combustível enviados pelo Irã ao país sul-americano, disse Vladimir Padrino, ministro da Defesa da ditadura chavista, na televisão estatal nesta quarta-feira (20).

Os militares venezuelanos acompanharão os petroleiros assim que eles entrarem na zona econômica exclusiva do país, disse Padrino. Os cinco navios estão transportando cerca de 1,5 milhão de barris de combustível e atravessaram o Canal de Suez nas duas primeiras semanas de maio, noticiou a Reuters, com base em dados de sites de monitoramento de tráfego marítimo.

As embarcações devem chegar à Venezuela entre o final de maio e o início de junho.

Mais cedo, Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por dezenas de países, havia dito que o regime de Nicolás Maduro pagou "com ouro e sangue" o envio dessa carga.

O envio do combustível faz parte de um acordo de US$ 900 milhões, pagos com ouro da Venezuela ao Irã, segundo a imprensa internacional.

Guaidó acusa o regime de Maduro de extração ilegal de ouro venezuelano, para ser convertido em fonte de rendas para Caracas. As extrações de ouro nas florestas do sul do país estariam fomentando a violência na região, com disputas territoriais entre gangues.

"Estão pagando essa gasolina com ouro de sangue, sem contratação e aprovação do Parlamento nacional", acusou o líder oposicionista em videoconferência organizada por um think tank americano nesta quarta-feira.

"Estamos muito preocupados com a segurança dos venezuelanos e da América Latina por essa tentativa de presença iraniana em nosso solo", afirmou Guaidó.

Os setores de petróleo do Irã e da Venezuela, ambos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) enfrentam sanções impostas pelos Estados Unidos. Dona da maior reserva de petróleo do mundo, a Venezuela sofre com uma grave escassez de gasolina, resultado do colapso da sua indústria de petróleo após anos de má administração e falta de investimentos.

A falta de combustível na Venezuela agrava a prolongada crise social e econômica do país, em um momento que o abastecimento de alimentos também está prejudicado também pelas medidas de isolamento implementadas para conter a disseminação do novo coronavírus.

As sanções americanas contra a PDVSA, estatal de petróleo venezuelana, foram impostas em janeiro de 2019, em tentativa de forçar a derrubada de Maduro, cuja reeleição foi considerada ilegítima por grande parte da comunidade internacional.

O socorro do país persa à Venezuela serve também como uma provocação aos Estados Unidos, com a entrada do Irã na área de influência do seu adversário geopolítico.

Os EUA manifestaram preocupação e avaliam medidas de resposta ao envio de combustíveis à Venezuela, disse uma autoridade do governo americano à Reuters.

O Irã fez uma reclamação à Organização das Nações Unidas (ONU) no domingo e convocou o embaixador da Suíça no país, que representa os interesses dos EUA, para tratar de possíveis ameaças americanas aos seus navios.

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