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Atores com máscaras de Bashar Assad e Vladimir Putin fazem uma manifestação diante do prédio do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York | Timothy A. Clary/AFP
Atores com máscaras de Bashar Assad e Vladimir Putin fazem uma manifestação diante do prédio do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York| Foto: Timothy A. Clary/AFP

O ministro das Relações Exte­­riores da Síria, Walid Moallem, acusou ontem a Liga Árabe de tentar internacionalizar a crise de seu país e criticou a "ingerência flagrante" da organização nos assuntos internos sírios.

Segundo ele, "metade do universo" está conspirando contra o regime de Bashar Assad, que "tomará qualquer medida para se defender do caos" – dando sinais de que Damasco continuará com a repressão às manifestações de opositores.

Em entrevista coletiva, Moal­­lem defendeu que pessoas estão executando um "plano externo" distante da "vontade do povo", em alusão à proposta da Liga Árabe para a transferência do po­­der na Síria com o apoio do Con­­selho de Segurança da Organiza­­ção das Nações Unidas (ONU).

As declarações do chanceler sírio chegam pouco depois de os países membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) anunciarem a retirada de seus monitores participantes da missão da Liga Árabe na Síria.

"Se eles vão para Nova York [sede da ONU] ou para a Lua, contanto que não paguemos suas passagens, isso é assunto deles", afirmou o ministro. "É dever do go­­verno sírio tomar as medidas que vê como necessárias para lidar com os grupos armados que espalham o caos."

Assad e membros de seu regime já repetiram algumas vezes que há uma conspiração estrangeira por trás das revoltas que pedem por uma transição política, que já duram mais de dez me­­ses. Moallem afirmou ontem que ficou claro que alguns países árabes se uniram a essa conspiração.

Arábia Saudita

A decisão de tirar observadores da Síria segue medida semelhante tomada pela Arábia Saudita, o maior dos seis estados membros do CCG, que retirou seus monitores no domingo. O anúncio foi uma respostas à recusa de Assad em transferir seus poderes ao vice-presidente do país, Farouk Charaa, para viabilizar a formação de um governo de união nacional no prazo de dois me­­ses, o qual de­­ve legitimar uma nova eleição presidencial.

Mais cedo, o jornal do Ku­­wait Al-Qabas afirmou que o CCG re­­tiraria seus monitores porque "não queria ser testemunhas falsas para crimes co­­metidos contra civis". Segun­­do o veículo, apoiadores do regime tentavam pressionar os ob­­serva­­do­­res para que defendessem seus interesses. Além da Ará­­bia Sau­­dita, Bahrein, Ku­­wait, Omã, Qatar e os Emi­­rados Árabes Unidos integram o CCG.

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