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David Frost, ministro do Reino Unido para o Brexit, deixou o cargo citando discordâncias com o governo de Boris Johnson
David Frost, ministro do Reino Unido para o Brexit, deixou o cargo citando discordâncias com o governo de Boris Johnson| Foto: EFE/EPA/NEIL HALL

O ministro do Reino Unido para o Brexit, David Frost, entregou o cargo neste sábado, por não concordar com as restrições impostas para contar a propagação da Covid-19 e por frustrações sobre os rumos das negociações do Brexit, segundo relata a imprensa local.

Figura fundamental nas negociações com a União Europeia, Frost entregou a carta de renúncia ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, na semana passada. De acordo com Mail on Sunday, que primeiro divulgou a informação neste sábado, o ministro queria deixar o governo de maneira amigável e teria concordado de permanecer no cargo até o mês que vem.

No entanto, o governo britânico divulgou na noite deste sábado uma carta a Boris Johnson em que Frost diz que estava "desapontado por esse plano ter se tornado público nesta noite e por essas circunstâncias creio que o correto a fazer é renunciar com efeito imediato".

Frost disse que iria "passar o bastão para que outros gerenciem nossa futura relação com a União Europeia".

Sobre as restrições impostas para conter os contágios de coronavírus, Frost escreveu: "Você tomou uma decisão corajosa em julho, diante de oposição considerável, para abrir o país novamente. Lamentavelmente, ela não se provou irreversível, como eu gostaria, e creio que você também".

"Espero que possamos voltar aos trilhos em breve e não ser tentados pelo tipo de medidas coercitivas que vimos em outros lugares", completou.

Mais cedo, alguns veículos informam que o negociador do Brexit decidiu sair do governo devido ao chamado Plano B, que determina a obrigatoriedade do uso de máscara no transporte público e no comércio, e da apresentação do comprovante de vacinação em grandes eventos.

Além disso, Frost estaria com um crescente descontentamento com o Executivo, pelos aumentos nos impostos no Reino Unido, que vai contra os ideais dos conservadores britânicos, defensores dos cortes.

Nos últimos meses, o negociador teve várias reuniões com o vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic, para debater as diferenças sobre a adoção do chamado Protocolo para a Irlanda do Norte, pensado para evitar uma fronteira física entre as duas Irlandas.

Semanas difíceis para Johnson

Angela Rayner, "número dois" do Partido Trabalhista, principal força de oposição do governo do Reino Unido, garantiu que a notícia do pedido de demissão de Frost é a demonstração de que a administração de Johnson é "um caos total".

Nas últimas semanas, o premiê viu o surgimento de diversas polêmicas, como pela aparente realização de uma festa de Natal um ano atrás, quando estavam vigentes rígidas restrições para combater a Covid-19.

Outro duro golpe para Johnson ocorreu na terça-feira, quando quase 100 deputados conservadores votaram contra o projeto de introdução da obrigatoriedade da apresentação dos comprovantes de vacinação para grandes eventos, o que só foi aprovado graças aos votos do Partido Trabalhista.

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