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Em Minneapolis, moradores armados protegem seus bairros após aumento da violência
| Foto: Bigstock

Moradores de Minneapolis, nos EUA, começaram a formar vigias e grupos de segurança armados para proteger seus bairros após os distúrbios provocados pelo assassinato de George Floyd em maio, segundo reportagem do Wall Street Journal, publicada no fim de semana.

Os policiais ainda estão patrulhando as ruas de Minneapolis, mas alguns cidadãos assumiram suas próprias preocupações de segurança, como foi o caso de um grupo de negros proprietários de armas que respondeu a uma pedido do braço local da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor, no final de maio, para patrulhar o distrito comercial de West Broadway, de maioria negra, por quase duas semanas, informou o Wall Street Journal.

Jamil Jackson, líder do Minnesota Freedom Fighters, que defende a posse de armas pelos negros, disse ao WSJ que o grupo mantinha a área livre de saques ou incêndio criminoso sem disparar um tiro.

"Atiraram contra nós", disse ele, "mas não íamos revidar com tiros em uma rua escura". O grupo, que tem 45 membros com diversas origens, incluindo alguns que têm treinamento militar, foi convidado a proteger eventos da comunidade e formou uma empresa de segurança.

Desfinanciar a polícia

Os crimes aumentaram após os protestos e tumultos na cidade: Minneapolis assistiu a 75 tiroteios em junho, mais do que o triplo dos 24 tiroteios no mesmo período do ano passado. Na primeira quinzena de julho, houve 43 tiroteios, em comparação com 29 em todo o mês de julho anterior.

"Há muito tempo apoiamos patrulhas de bairro", disse John Elder, porta-voz do departamento de polícia de Minneapolis, ao WSJ. "Todas as leis devem ser obedecidas pelos envolvidos. Fomos claros, eles são um complemento ao departamento de polícia e não um substituto".

Mas enquanto a cidade entra em caos, a Câmara de Vereadores aprovou na sexta-feira os primeiros cortes permanentes no orçamento da polícia: US$ 10 milhões serão tirados do orçamento de US$ 193 milhões, uma resposta ao pedido dos manifestantes para acabar com o departamento.

Os legisladores também já tinham aprovado uma proposta para substituir o departamento de polícia por um novo departamento de segurança comunitária e prevenção da violência em maio do ano que vem. A proposta pode ser votada novembro - embora ainda seja preciso determinar como seria um departamento como essa, se teria agentes armados, por exemplo.

Cerca de US$ 1 milhão em fundos serão transferidos para o Cure Violence, um programa que trabalha para evitar situações, como tiroteios, por meio do envolvimento da comunidade. Embora a Câmara tenha apoiado originalmente dar auxílio em dinheiro para os grupos de vigilância comunitária adquirirem camisetas, walkie-talkies e treinamento, essa proposta não foi incluída no orçamento final.

"Não estamos tentando criar uma força armada para substituir o departamento de polícia", disse Graham Faulkner, assessor do legislador Alondra Cano, que havia proposto transferir fundos para apoiar os grupos de vigilância da comunidade. "Estamos tentando apoiar os grupos que estão por aí".

Ação contra o crime

O aumento do crime é consistente com os padrões testemunhados em Ferguson, no Missouri, em 2014 e em outras cidades que experimentaram períodos de agitação após mortes de negros por policiais.

Um morador de Minneapolis disse ao WSJ que, ao perceber que havia-se chegado "ao ponto em que o crime não tinha consequências", sua comunidade começou a construir uma barreira para fechar dois quarteirões de suas ruas – primeiro usando latas de lixo antes de passar para detritos, um barco com reboque e, eventualmente, um portão permanente – enquanto os homens do bairro iniciaram uma patrulha armada.

"Estava acontecendo deliberadamente a céu aberto", relatou Tania Rivera, 30 anos. "Tráfico de drogas, prostituição, tudo, desde tiros a agressões até sexo em público. Tudo o que você não queria que seu bairro fosse".

Mesmo assim, muitos moradores da cidade atingida pelo crime ainda hesitam em pedir ajuda à polícia, citando desconfiança e a preocupação de que a polícia só agrave situações tensas.

"Se as pessoas optarem por não chamar a polícia, isso não é algo que possamos controlar", disse Elder.

© 20120 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.

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