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Uma missão humanitária apoiada pelo Brasil chegou nesta quarta-feira (4) ao sudoeste da Colômbia para receber na selva um político sequestrado pelas Farc, na última parte de uma operação que já havia permitido a soltura de cinco outros reféns.

A missão de delegados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CIRV) liderada pela senadora Piedad Córdoba chegou à cidade de Cali, capital do departamento de Valle, em dois helicópteros brasileiros, um dos quais partirá na quinta-feira para receber na selva o ex-deputado Sigifredo López.

López, um advogado de 45 anos, foi sequestrado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em abril de 2002 quando rebeldes se passaram por membros da Polícia e do Exército e sequestraram 12 deputados no centro de Cali.

O político foi o único dos 12 reféns a sobreviver a um massacre das Farc em junho de 2007 quando, de acordo com o governo, um erro de comunicação entre dois comandantes rebeldes provocou um embate em que reféns políticos foram assassinados.

Anteriormente, a missão humanitária havia recebido três policiais e um soldado e, mais recentemente, na terça-feira, o ex-governador do departamento de Meta, Alan Jara.

López será o último dos seis reféns que os guerrilheiros se comprometeram, em dezembro do ano passado, a libertar de maneira unilateral, no que disseram ser um gesto de paz que busca facilitar um acordo de troca de sequestrados por rebeldes presos nas cadeias da Colômbia.

Após o fim desta operação, restarão sob poder das Farc 22 reféns por motivos políticos, todos efetivos do Exército e da Polícia com poderes de comando.

Guerrilha mantém pressão

As Farc, que estão na lista de grupos terroristas dos Estados Unidos e da União Europeia, tentam pressionar o governo de Alvaro Uribe para que cheguem a um acordo para troca de oficiais das Forças Armadas por 500 rebeldes detidos.

Analistas sustentam que com as libertações dos seis reféns e a decisão de manter apenas militares em seus acampamentos na selva, as Farc tentam recuperar sua imagem política a nível internacional depois da política dura do governo Uribe.

O presidente lidera uma ofensiva militar que já matou importantes comandantes rebeldes, enquanto milhares de combatentes desertaram. A estratégia também obrigou a guerrilha a se refugiar em remotas zonas montanhosas e em meio a selva.

A guerrilha, que disse lutar para impor um regime socialista na Colômbia, país de 44 milhões de habitantes, com diferenças marcantes entre ricos e pobres, aparentemente tenta, com as libertações de reféns, excluir do cárcere civis e políticos.

Como nas entregas anteriores, o governo suspenderá as operações militares na zona da libertação e se comprometeu a ofereceu todas as garantias de segurança.

"Estão dadas todas as garantias. Cade vez que o governo dá sua palavra, tem cumprido", disse Uribe.

O governo e as Farc mantêm posições opostas e radicais que impedem um acordo para acabar com o drama dos reféns políticos, alguns dos quais sequestrados há mais de 11 anos.

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