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Monge tibetano. Imagem ilustrativa.
Monge tibetano. Imagem ilustrativa.| Foto: kantsmith/Pixabay

Um monge de 19 anos chamado Tenzin Nyima morreu nesta terça-feira (19) no Tibete devido a ferimentos infligidos nele pela polícia na prisão, afirmou a Human Rights Watch (HRW), ONG especializada em noticiar infrações aos Direitos Humanos pelo mundo.

Em 7 de novembro de 2019, Tenzin Nyima foi preso com quatro jovens monges tibetanos da vila de Dza Wonpo. O grupo estava realizando uma manifestação pacífica em frente à delegacia de polícia local, onde jogaram panfletos para o alto, pedindo a independência do Tibete.

A China invadiu o Tibete em 1950. Os tibetanos, desde então, nunca pararam de pregar que o Tibete é uma nação. A China mantém até hoje o controle estrito da região.

Tenzin Nyima foi libertado em maio de 2020, mas preso novamente em 11 de agosto de 2020 por compartilhar a notícia de sua prisão e contatar tibetanos exilados na Índia. Em outubro de 2020, a família de Nyima foi avisada pela polícia que o rapaz estava em mau estado de saúde, chegando à coma. Segundo a ONG Free Tibet, sua família o levou para um hospital em Chengdu, mas ele foi liberado de lá porque os médicos declararam que suas lesões estavam além de qualquer tratamento disponível no local. A família do rapaz o levou para um hospital em Dartsedo no dia 1.º de dezembro do ano passado, mas logo foi informada que seu estado era terminal. O rapaz foi levado para casa e morreu no último dia 19.

Desde os protestos que aconteceram em 2008 nas áreas tibetanas da China, as autoridades chinesas instalaram postos de polícia, equipes de quadros do Partido Comunista em cada vila e um sistema de “gerenciamento de rede” que combina vigilância digital com supervisores pagos em cada quarteirão com o objetivo de detectar e neutralizar ameaças potenciais à “estabilidade social”.

Aldeias no Tibete raramente, ou nunca, tiveram postos policiais, mas de acordo com um anúncio da mídia estatal, reportado pela WRH, em julho do ano passado, 17 das 20 vilas administrativas em Chushul, um condado perto de Lassa, agora possuem postos. O governo espera implementar o sistema em todas as vilas administrativas da região.

Sophie Richardson, diretora de assuntos relacionados à China da HRW, ao comentar a morte de Nyima, afirmou que “as autoridades chinesas mais uma vez transformaram a detenção arbitrária em uma sentença de morte”.

A China está enfrentando diversas acusações de infrações a direitos humanos. Nesta semana, os Estados Unidos declararam que a China está cometendo crimes contra a humanidade e genocídio por meio da repressão de uigures e outras minorias muçulmanas na região de Xinjiang.

A necessidade de uma investigação independente das várias violações dos direitos humanos pelo governo chinês também foi sublinhada por uma declaração coletiva de especialistas em direitos humanos da ONU em junho de 2020.

Além de Nyima, seis outros tibetanos foram sentenciados à prisão no Tribunal Popular Intermediário em Sershul pelo envolvimento nos protestos de 2019.

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