Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Convocação

Morales inicia marcha por referendo constitucional na Bolívia

Presidente caminhou as primeiras centenas de metros da estrada que separa Caracollo de La Paz. Manifestação iniciou com cerca de 5.000 pessoas, segundo Morales passeata reunirá "mais de 1 milhão" ao chegar à capital

Ponta pé inicial da manifestação foi dada por Morales debaixo de um sol escaldante e com muita música | David Mercado / Reuters
Ponta pé inicial da manifestação foi dada por Morales debaixo de um sol escaldante e com muita música (Foto: David Mercado / Reuters)

O presidente da Bolívia, Evo Morales, deu o ponta pé inicial, nesta segunda-feira (13), a uma grande marcha a ser realizada por sindicatos e outras organizações sociais rumo a La Paz para exigir a convocação de um referendo com vistas a aprovar uma nova Constituição de viés socialista.

Pouco antes do meio-dia, ao lado do líder sindical nacional, Pedro Montes, e de outros dirigentes, Morales caminhou as primeiras centenas de metros da estrada de 200 quilômetros que separa Caracollo de La Paz, a capital política do país. A marcha foi descrita como "a maior da história".

Grupos de música e um Sol ardente acompanharam o início festivo da manifestação, iniciada com cerca de 5.000 pessoas e que, segundo previu Morales, reunirá "mais de 1 milhão" ao chegar à capital, dentro de uma semana, se antes disso o Congresso não convocar o referendo.

"Esta marcha é realizada em nome da refundação da Bolívia", disse o presidente em um discurso proferido antes do início da passeata, na qual destacava-se o colorido das delegações indígenas de vários departamentos, entre os quais o de Santa Cruz, bastião da oposição conservadora.

O dirigente lamentou não poder satisfazer sua "grande vontade" de participar de toda a passeata, recordando seus tempos de líder dos sindicatos de cocaleiros, quando encabeçou várias caminhadas de protesto.

A manifestação, a ser realizada na principal estrada de ligação entre La Paz e o restante do país, começou enquanto o governo e a oposição tentam chegar a um acordo para convocar o referendo constitucional. Morales quer marcar esse pleito para o primeiro trimestre de 2009.

Em busca dos cerca de 20 votos que ainda faltam a fim de alcançar o quorum de dois terços necessário para convocar o referendo, os governistas aceitaram negociar a inclusão de modificações pontuais na nova Carga Magna.

Morales, aliado do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que aceitou rever o texto no Congresso apenas para corrigir "contradições" e não para alterar questões de fundo como alegaram os líderes da oposição.

O presidente conclamou os legisladores antigovernistas a aprovarem o referendo constitucional e chegou até mesmo a convidá-los para, depois de sancionada a lei convocatória, saírem ao encontro da marcha "a fim de que esta seja uma festa de união".

Morales lembrou no domingo que o governo já havia aceitado vários pedidos de governadores da oposição sobre modificar o capítulo da Constituição que trata da autonomia dos Departamentos.

A nova Carta Magna, aprovada em dezembro de 2007 por uma assembléia constituinte dominada pelos governistas, dará mais poder aos povos indígenas (maioria da população), eliminará os latifúndios e consolidará um modelo econômico controlado pelo Estado.

"Esta não é uma marcha de dor mas de orgulho por nossa querida pátria, não é uma marcha de tristeza mas de alegria, com bandas de música de carnaval, conjuntos musicais, roupas típicas do leste, do oeste e do sul, de todos os setores", acrescentou.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.