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O presidente boliviano, Evo Morales, pediu nesta segunda-feira aos Estados Unidos que expulsem o ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada para que ele possa ser acionado judicialmente por supostos genocídio e delitos econômicos que precederam sua queda há três anos.

Diante de milhares de pessoas reunidas no terceiro aniversário da chamada "guerra do gás", que deixou ao menos 67 civis mortos e forçou a renúncia de Sánchez de Lozada, Morales disse que Washington não pode proteger "assassinos e corruptos".

- Se é verdade que luta contra o terrorismo, se é verdade que defende a democracia, o governo dos Estados Unidos deve expulsar o mais rápido possível o assassino, o mafioso Gonzalo Sánchez de Lozada - afirmou o governante da Bolívia.

Morales foi ovacionado várias vezes durante seu discurso, que ocorreu após uma missa na principal rodovia da cidade, no lugar onde ocorreu um dos choques mais sangrentos entre militares e civis.

Os protestos violentos de outubro de 2003 desencadearam um ciclo de instabilidade que resultou nas eleições antecipadas de dezembro de 2005, quando o líder cocaleiro Morales surgiu como o primeiro presidente eleito na primeira votação em um quarto de século.

O processo judicial contra Sánchez de Lozada foi uma das promessas eleitorais de Morales, de origem indígena, cuja agenda inclui também a "refundação" do país para dar maior participação aos povoados autônomos e a nacionalização dos recursos naturais, começando pelos hidrocarbonetos.

Ao lamentar que Washington não tenha dado curso a um trâmite iniciado há mais de um ano pela Justiça boliviana para notificar Sánchez de Lozada de um juízo de responsabilidades, Morales sustentou que a expulsão do ex-presidente era a via mais rápida para o processo.

Sánchez de Lozada, principal executor das privatizações na década passada na Bolívia, renunciou em 17 de outubro de 2003. Desde então, vive refugiado nos EUA junto com vários de seus ex-ministros, e tem dito reiteradas vezes não crer que haja condições de se submeter a um juízo imparcial na Bolívia.

Leia mais: O Globo Online

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