Como já era esperado, o Ministério Público da Venezuela, dominado pelo chavismo, pediu nesta segunda-feira (2) que seja emitida uma ordem de prisão contra o ex-candidato da oposição, Edmundo González.
Segundo um despacho ao qual o site Efecto Cocuyo teve acesso, o procurador auxiliar Luis Ernesto Dueñez Reyes pediu a detenção do oposicionista por suspeita de seis crimes: usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência às leis, conspiração, sabotagem a danos de sistemas e associação criminosa.
A solicitação foi enviada a um juízo de primeira instância especializado em casos relacionados a terrorismo.
González havia sido intimado três vezes pela Procuradoria-Geral da Venezuela para que prestasse depoimento numa investigação que apura responsabilidades por um site oposicionista em que foram disponibilizadas cópias das atas de votação da eleição presidencial de 28 de julho.
Tais documentos comprovam que González venceu o pleito, ao contrário do resultado oficial do chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ratificado pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), também controlado pelo regime do ditador Nicolás Maduro.
González não respondeu a nenhuma das intimações e o procurador-geral Tarek William Saab havia adiantado que deveria pedir a prisão dele caso não comparecesse à terceira e última convocação, marcada para sexta-feira (30).
Nesta segunda-feira, a presidente da região de Madri, Isabel Díaz Ayuso, havia pedido ao governo da Espanha para que receba González na embaixada do país europeu em Caracas para lhe conceder asilo, apontando riscos de que ele seja morto ou preso.
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