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Soldados norte-coreanos celebram o terceiro teste nuclear na praça Kim Il-sung, em Pyongyang | KCNA/Reuters
Soldados norte-coreanos celebram o terceiro teste nuclear na praça Kim Il-sung, em Pyongyang| Foto: KCNA/Reuters

Aliado

Cientistas do Irã foram aos ensaios nucleares da Coreia do Norte

Uma fonte diplomática ocidental com laços em Pyongyang e Teerã disse ontem à agência japonesa Kyodo que cientistas iranianos provavelmente estiveram presentes durante a realização do terceiro teste nuclear da Coreia do Norte, realizado na terça-feira.

Caso confirmado, o fato pode aprofundar as suspeitas da comunidade internacional de que o Irã está desenvolvendo armas nucleares e levar à reavaliação das políticas do presidente Barack Obama em relação a Pyongyang e Teerã.

Em novembro, o Irã sondou a Coreia do Norte sobre a possibilidade de observar um teste nuclear do país em troca do pagamento, em yuan, do equivalente a US$ 10 milhões, disse a fonte.

Não há detalhes sobre como as negociações se desenrolaram, o que fez os Estados Unidos e outros países buscarem mais informações sobre a questão.

Segundo a fonte, o Irã via o teste como "uma oportunidade importante de obter, diretamente, conhecimento para preparar um teste subterrâneo em seu território".

Fracasso

O vice-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Herman Nackaerts, afirmou que as negociações com o Irã, com o objetivo de melhorar a inspeção do programa nuclear iraniano, fracassaram mais uma vez. Segundo ele, até o momento nenhuma nova reunião sobre o assunto foi marcada.

  • No mesmo local, civis compareceram para endossar as ações do governo de Kim Jong-un

Dezenas de milhares de pessoas se reuniram numa praça tomada pela neve em Pyongyang para uma manifestação de apoio ao recente teste nuclear norte-coreano. O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, não compareceu ao evento.

O Secretário do Partido dos Trabalhadores disse à multidão que o teste nuclear de terça-feira, o terceiro realizado pelo país, foi uma medida de autodefesa contra a postura hostil dos Estados Unidos.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e o governo norte-americano dizem que o teste viola as resoluções da ONU. Acredita-se que o programa nuclear da Coreia do Norte tenha fins militares.

Em dezembro, a Coreia do Norte lançou um satélite espacial usando um foguete de longo alcance. A ONU e Washington disseram que o lançamento foi um teste para tecnologia balística de mísseis, algo que o país não poderia ter feito, e impôs sanções ainda mais duras à Coreia do Norte. Pyongyang realizou dois testes nucleares anteriores em 2006 e 2009.

A Coreia do Sul anunciou ontem a implantação de novos mísseis de cruzeiro capazes de atingir alvos em território norte-coreano "em qualquer lugar, a qualquer hora".

Convite

O Ministério da Defesa convidou jornalistas para uma apresentação especial de vídeo mostrando os novos mísseis sendo disparados de um navio e de um submarino.

"Com este míssil, nós podemos atingir qualquer instalação, equipamentos ou pessoa na Coreia do Norte, em qualquer lugar e a qualquer hora que escolhermos", afirmou o major-general Ryu Young Jeo, da Coreia do Sul.

Poder

O porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Kim Min-Seok, disse que o míssil lançado apresentou precisão para atingir uma janela específica de um prédio. Ele tem "poder destrutivo" que poderia "coibir as atividades no quartel general inimigo" durante uma guerra, afirmou Kim aos jornalistas. O Exército sul-coreano segue em estado de alerta diante dos testes de Pyongyang.

EUA

Enquanto isso, o presidente norte-americano, Barack Obama, prometeu na quarta-feira um "compromisso firme" para defender o Japão sob o guarda-chuva nuclear em meio aos testes nucleares da Coreia do Norte, disse a Casa Branca.

Em uma conversa por telefone com primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, Obama "reafirmou que os Estados Unidos continuam firmes em seus compromissos de defesa do Japão, incluindo a dissuasão estendida oferecida pelo guarda-chuva nuclear dos EUA", segundo nota divulgada pela Casa Branca.

Austrália

O governo da Austrália adiou uma visita diplomática que seria feita por autoridades norte-coreanas ao país, após o terceiro teste nuclear de Pyongyang ter atraído várias críticas.

O ministro de Relações Exteriores Bob Carr disse que uma delegação de Pyongyang que deveria chegar a Camberra neste final de semana, para conversações a respeito da reabertura da embaixada norte-coreana, foi adiada até uma data posterior, como forma de protesto contra o teste realizado na terça-feira.

Apesar disso, Carr disse que Camberra continua comprometida com as negociações para a reabertura da embaixada, que foi fechada em 2008.

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