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Mutação do coronavírus
Mutação do coronavírus: primeiro-ministro Boris Johnson limitou celebrações de Natal devido ao surto na Inglaterra.| Foto: Paul Ellis / AFP

Alguns países europeus decidiram suspender os voos com origem no Reino Unido, como forma de conter uma alteração genética da Covid-19. Segundo divulgou o primeiro-ministro Boris Johnson, a nova mutação do coronavírus pode ser até 70% mais transmissível. A nova cepa está se alastrando pelo sul da Inglaterra.

Até o momento, na Europa, França, Portugal, Irlanda, Itália, Áustria, Holanda, Bélgica e Bulgária proibiram voos procedentes do Reino Unido a partir deste domingo (20). A Alemanha anunciou que, a partir da meia-noite, só receberá transportes de carga do Reino Unido.

Israel também proibiu voos provenientes do país bretão, mas também adicionou Dinamarca e África do Sul à lista de proibições de recepções aéreas. Na América, El Salvador também proibiu voos do Reino Unido. Por outro lado, os Estados Unidos não devem proibir viagens, pelo menos por enquanto.

A Holanda acrescentou ainda que, no início de dezembro, a amostragem de um caso no país revelou a mesma cepa. Além da Holanda e Reino Unido, a variante também já havia sido identificada na Dinamarca e na Austrália, segundo Maria Van Kerkhove, líder técnica da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O ministro das Relações Exteriores italiano, Luigi di Maio, disse no Facebook que o governo de seu país tinha o "dever de proteger a Itália e nossos compatriotas". Ele afirmou ter notificado o Reino Unido sobre a suspensão de voos e informou que a decisão de limitar as viagens seria assinada em breve.

A proibição de viagens na Holanda permanecerá em vigor até 1º de janeiro, disse o governo em um comunicado no início do domingo, acrescentando que está monitorando os desenvolvimentos e considerando medidas adicionais relacionadas a outros meios de transporte.

Em medidas para controlar a propagação do vírus, o governo emitiu um aviso "não viaje", a menos que seja absolutamente necessário.

Riscos da mutação do coronavírus

Segundo Boris Johnson, "não há evidências que sugiram que [a nova cepa] seja mais letal ou cause doenças mais graves", enfatizou o primeiro-ministro sobre a mutação do coronavírus, ou que "as vacinas sejam menos eficazes contra ela".

Johnson também disse que Londres e o sudeste da Inglaterra, que estão atualmente no nível mais alto de um sistema de regras de três camadas, agora serão colocados em um novo nível 4, com o encerramento de lojas não-essenciais, academias, cabeleireiros, bem como a proibição de deslocação para outras zonas do país. O primeiro-ministro também decidiu cancelar celebrações de Natal devido à mutação do coronavírus.

O governo holandês disse que avalia com outras nações da União Europeia a possibilidade de conter a importação do vírus do Reino Unido.

Aderindo à decisão, a Bélgica também decidiu proibir voos do Reino Unido, assim como conexões ferroviárias; a rota Eurostar conecta cidades inglesas a Bruxelas.

O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, disse neste domingo que estava emitindo a ordem de 24 horas a partir da meia-noite, por precaução. "Há muitas perguntas sobre esta nova mutação e se ela já não está no continente", disse. Ele espera ter mais clareza a partir de terça-feira (22).

Lockdown mais amplo no Reino Unido

O ministro da saúde britânico, Matt Hancock, sugeriu neste domingo que as novas restrições adotadas nessas regiões poderiam permanecer por algum tempo, dizendo que uma nova variante do coronavírus que surgiu é muito difícil de controlar. "Nós realmente precisamos colocar isso sob controle. Temos um longo caminho a percorrer para resolver isso."

As novas restrições de bloqueio devem permanecer por vários meses até que as vacinas sejam aplicadas em todo o Reino Unido, acrescentou Hancock, segundo informações do jornal The Guardian.

"O que é realmente importante é que as pessoas não apenas sigam (as novas regras) mas todos em áreas de nível 4 ajam como se você tivesse o vírus para parar de espalhá-lo para outras pessoas", disse ao programa Sophy Ridge da Sky News neste domingo. "Sabemos que você pode pegar mais facilmente esta nova variante com uma pequena quantidade do vírus presente", afirmou o ministro.

Segundo Hancock, "precisamos de mais medidas para controlar a propagação da nova variante do que para controlar a propagação da variante antiga". "Esse é o problema fundamental", admitiu o ministro da saúde britânico.

A partir deste domingo, mais de 20 milhões de pessoas vão permanecer confinadas na Inglaterra, quando medidas restritivas entraram em vigor devido ao aumento alarmante de casos de covid-19, que o governo britânico relaciona a uma nova variante do vírus.

Com estas regras, os planos flexíveis que o governo tinha autorizado entre os dias 22 e 28 de dezembro também foram alterados para que familiares e amigos pudessem se reunir no Natal. Aqueles que vivem em áreas de nível 4 não poderão se juntar a outras pessoas que moram em níveis inferiores.

As regras estabelecidas na Inglaterra terão duração de duas semanas e serão revistas no dia 30 de dezembro.

A Grã-Bretanha alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS) que a nova variante identificada nesta semana parece estar acelerando a disseminação da covid-19, dizendo que ele responde por cerca de 60% dos casos da capital.

Os vírus sofrem mutações regularmente, e os cientistas descobriram milhares de mutações diferentes entre as amostras do vírus que causa a doença. Mas muitas dessas mudanças não afetam a facilidade com que o vírus se espalha ou a gravidade dos sintomas.

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