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A chanceler alemã, Angela Merkel, ajusta sua máscara facial após uma entrevista coletiva após a 13ª Cúpula da Integração na Chancelaria em Berlim, Alemanha, em 9 de março de 2021. Imagem ilustrativa.
A chanceler alemã, Angela Merkel, ajusta sua máscara facial após uma entrevista coletiva após a 13ª Cúpula da Integração na Chancelaria em Berlim, Alemanha, em 9 de março de 2021. Imagem ilustrativa.| Foto: Markus Schreiber / POOL / AFP

Maior partido político da Alemanha, a União Democrática Cristã (CDU) enfrenta uma grave crise a menos de uma semana da realização de importantes eleições estaduais. A legenda da primeira-ministra Angela Merkel se viu envolta em um escândalo pelo envolvimento de parlamentares de sua coalizão governista em um esquema de cobrança de propina a fábricas e distribuidores de máscaras hospitalares em meio à pandemia de Covid-19.

O escândalo foi desencadeado no final da semana passada, quando foi revelado o caso de um deputado da União Social Cristã (CSU) - aliado histórico e parte da atual coalizão de governo de Merkel. Georg Nüsslein cobrava comissões de empresas envolvidas na fabricação e distribuição de máscaras hospitalares. Na sequência, um deputado do próprio CDU, Nikolaus Löbel, foi denunciado por razões semelhantes. Os dois tiveram suas filiações suspensas, mas pretendem manter o cargo até o final da atual legislatura.

A questão ameaça a credibilidade do grupo conservador, em pleno ano eleitoral e com um tema tão sensível como tudo o que rodeia a pandemia. O líder da CDU, Armin Laschet, e o líder da CSU, Markus Söder, se comprometeram a enfrentar a situação com o máximo rigor. Já o secretário-geral do CDU, Paul Ziemiak, alertou que qualquer tentativa de enriquecimento pessoal será processada devido a uma pandemia que é a "pior crise desde a Segunda Guerra".

O grupo conservador pediu a seus deputados no Bundestag (Parlamento Federal) que declarem até sexta-feira (12), todos os seus negócios relacionados à Covid-19. Os parlamentares receberam uma carta de suas respectivas siglas determinando que apresentem a declaração antes da noite de sexta, segundo informações da televisão pública ARD.

A carta foi assinada pelo chefe do partido de Merkel, Ralph Brinkhaus, e pelo seu colega da CSU, Alexander Dobrindt, e destaca a importância de esclarecer a situação que preocupa a crise por conta da pandemia.

A revista Der Spiegel estimou, no fim de semana passado, que Nikolaus Löbel teria recebido até 250 mil euros em comissões. Seu colega bávaro teria embolsado cerca de 600 mil euros. De acordo com a publicação, poderia haver cerca de vinte deputados envolvidos em assuntos semelhantes.

A questão das máscaras já apimentou as eleições regionais que acontecerão, no próximo domingo, em Baden-Württemberg - onde uma coalizão liderada pelos verdes governa com a CDU como parceiro menor - e na Renânia - governada por uma aliança entre social-democratas, verde e liberal.

Eleições de setembro

Não bastasse o escândalo, a coalizão ainda tenta chegar a um acordo sobre o candidato para as eleições gerais de 26 de setembro. Teoricamente, o natural seria a candidatura do centrista Laschet, mas Markus Söder, governador da região da Baviera e mais de direita, tem aspirações de lutar pela chancelaria.

Laschet, de 59 anos, tem lutado para gerar entusiasmo por sua campanha. Ele é visto como o candidato com maior probabilidade de continuar o estilo centrista de política estável de Merkel. Laschet é um forte apoiador da indústria alemã e compartilha da ideia da chanceler de que a Alemanha se beneficia da diversidade e integração.

Firmemente pró-europeu, também considera um forte relacionamento com a Rússia como fundamental para o sucesso da Alemanha, embora veja os Estados Unidos e a Otan como essenciais para a segurança duradoura na Europa.

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