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Em um novo capítulo das acusações mútuas de jogo sujo na corrida eleitoral na Venezuela, o presidente em exercício Nicolás Maduro anunciou que autoridades prenderam os suspeitos do que o governo apontou como sabotagem a centrais elétricas na madrugada de quinta-feira (4).

Várias regiões de Caracas e do estado vizinho de Aragua ficaram sem luz, e Maduro chegou a mandar que militares reforçassem a segurança de todas as centrais e subestações elétricas venezuelanas. Ele acusou a oposição de planejar um apagão para criar um "mal-estar" no país a pouco mais de uma semana das eleições presidenciais, previstas para o dia 14.

"Já prendemos alguns dos sabotadores. Um deles foi pego com a mão na massa", disse o sucessor de Hugo Chávez numa reunião com comandantes militares transmitida pela TV. "Iam cortar a eletricidade de todo (o estado de) Mérida enquanto eu estivesse no comício. Quem está direcionando essa guerra contra o nosso país? Há duas opções aqui: ou você está pela pátria, ou está contra ela".

Ele completou 100 dias à frente do governo venezuelano - desde a última ausência de Chávez para tratar um câncer em Cuba - amparado na herança política do chavismo e num discurso com denúncias de complôs no mesmo tom de seu mentor. A data coincidiu com um mês da morte de Chávez, lembrada pelos governistas com uma missa e uma homenagem no Quartel da Montanha, para onde foi levado o corpo do presidente.

"Hoje (sexta-feira) é um dia sensível para todos porque se completa um mês de sua partida física. (...) Meu plano de governo é o testamento do comandante Chávez - declarou Maduro, ao lado de ministros e chefes militares, que já deixaram clara sua lealdade ao sucessor de Chávez.

A oposição também tenta atrair a simpatia das Forças Armadas, aproximando os militares dos problemas sofridos pela população, como a inflação e a violência. A data foi uma oportunidade para os opositores reforçarem que "Maduro não é Chávez", frase repetida com frequência por Henrique Capriles.

"100 dias dos apadrinhados e o dinheiro não dá. O que você vai dizer à família?", escreveu o líder da oposição no Twitter, em referência às desvalorizações sofridas pela moeda venezuelana nesse período. Ontem, ele se reuniu com escritores, atores e músicos, a quem pediu um voto de confiança.

"Ajudem para que esse tempo do medo, da maldade e da confrontação fique para trás para sempre. Temos uma oportunidade histórica", disse.

A oposição convocou para amanhã uma marcha que partirá de vários pontos da capital em direção à emblemática Avenida Bolívar - o herói nacional, não por acaso, dá nome à direção de campanha de Capriles.

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