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O conhecido massacre de 8 mil muçulmanos eslavos em 1995 na cidade de Srebrenica, na Bósnia, não foi um genocídio, mas significou um "grave crime de guerra", disse nesta sexta-feira o presidente da Sérvia, Tomislav Nikolic, um nacionalista eleito no final do mês passado e que tomou posse na quinta-feira, dia 31. Nikolic deu as declarações em Podgorica, capital de Montenegro.

"Não houve genocídio em Srebrenica", disse Nikolic em entrevista à televisão estatal de Montenegro e publicada no website da emissora nesta sexta-feira. "Em Srebrenica, alguns sérvios cometeram graves crimes de guerra e eles foram detidos, processados e punidos", disse Nicolic.

Os massacres de Srebrenica foram perpetrados por milicianos do Exército Servo-Bósnio, formado por sérvios da Bósnia-Herzegóvina entre 11 e 22 de julho de 1995, em meio à Guerra da Bósnia, que envolveu tropas e milicianos sérvios, croatas e bosníacos, ou eslavos muçulmanos. O Exército Servo-Bósnio era comandado por Ratko Mladic, atualmente preso em Haia, onde é julgado por genocídio pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

As declarações de Nikolic alarmaram os vizinhos balcânicos da Sérvia. Já na quinta-feira o presidente da Croácia, Ivo Josipovic, prometeu cooperar com Nikolic, se o novo presidente sérvio se comprometer a respeitar as fronteiras dos países que resultaram da desintegração da antiga Iugoslávia no começo da década de 1990. A eleição de Nikolic na Sérvia, um ex-ultranacionalista que virou um populista pró-União Europeia, reviveu as preocupações a respeito da frágil estabilidade balcânica.

Até recentemente, Nikolic era contrário à Sérvia pertencer à União Europeia. Mas na quinta-feira, quando tomou posse, ele reafirmou que quer a adesão da Sériva ao bloco europeu. A Croácia, que já aderiu à UE, se tornará membro pleno em 2013.

Josipovic disse que está pronto a trabalhar com Nikolic, mas ele precisa "deixar bem claro que deixou para trás as ideias dos anos 1990 e que respeita a soberania e a integridade de todos os Estados vizinhos", disse Josipovic.

"Eu quero uma Sérvia diferente", disse ontem Nikolic no discurso de posse. "Uma Sérvia livre do medo do futuro, que tenha portas abertas tanto para o Ocidente quanto para o Oriente".

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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