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Membros da Guarda Nacional Bolivariana bloqueiam o acesso da imprensa ao Palácio Legislativo Federal, sede dos dois parlamentos da Venezuela, a Assembleia Nacional (oposicionista) e a Assembleia Nacional Constituinte (chavista), em Caracas, 28 de maio
Membros da Guarda Nacional Bolivariana bloqueiam o acesso da imprensa ao Palácio Legislativo Federal, sede dos dois parlamentos da Venezuela, a Assembleia Nacional (oposicionista) e a Assembleia Nacional Constituinte (chavista), em Caracas, 28 de maio| Foto: Federico PARRA / AFP

O encontro entre representantes da ditadura de Nicolás Maduro e da oposição venezuelana, com a mediação da Noruega, em Oslo, terminou nesta quarta-feira (29) sem um acordo.

Segundo documento divulgado pela equipe do presidente interino e líder da oposição ao regime chavista, Juan Guaidó, os representantes defenderam o fim do que chamam de "usurpação" - pois consideram o cargo de presidente vago desde 10 de janeiro, quando terminou o primeiro mandato de Maduro - e eleições "livres, observáveis e verificáveis, com a participação inclusive daqueles que hoje estão com seus direitos restringidos".

Os representantes de Maduro não quiseram avançar com esses termos na mesa.

Guaidó, que vinha dizendo que o encontro em Oslo era uma "mediação" e não um "diálogo", considerou impossível avançar se esses dois pontos não fossem aceitos.

No documento divulgado, a oposição agradece o apoio da Noruega, "por sua vontade de contribuir com uma solução para o caos que sofre o país" e disse que aceitaria novos encontros, "assim como estamos fazendo com o Grupo de Lima e o Grupo de Contato".

Por parte de Maduro, seus representantes apresentaram, na reunião, a proposta de adiantar as eleições legislativas, o que a oposição considera inconstitucional. Para os contrários à ditadura, seria uma forma de diluir a única instituição livremente eleita pela população - uma vez que a última eleição presidencial, em maio, é considerada irregular.

Sobre o encontro frustrado, o segundo vice-presidente da Assembleia Nacional, Stalin González, disse que "todas as opções para resgatar a democracia e a liberdade na Venezuela estão sobre a mesa".

"A única opção não viável é nos render. Não renunciaremos à nossa intenção de poder escolher livremente e de modo soberano o futuro do nosso país."

Mais um deputado é acusado

Enquanto isso, em Caracas, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) acusou mais um deputado de estar por trás da tentativa, no último dia 30 de abril, de depor Maduro. 
Trata-se de Rafael Guzmán, que teve sua imunidade parlamentária cassada. Ele, porém, ainda não foi preso. A decisão engorda a lista de deputados que podem ser julgados nos próximos meses -já são 15 nesta situação, e 34 ameaçados.

Isso faz com que o quórum para as sessões da Assembleia Nacional esteja em risco, uma vez que é requerida a presença de no mínimo 84 parlamentares para que se leve adiante alguma votação.

Ainda que os suplentes de deputados presos ou afastados compareçam, também estes começam a entrar na mira do regime.

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