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O presidente da França, Nicolas Sarkozy, ao lado do ex-ditador líbio Muamar Kadafi, em foto de julho de 2007 | Patrick Kovarik/AFP
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, ao lado do ex-ditador líbio Muamar Kadafi, em foto de julho de 2007| Foto: Patrick Kovarik/AFP

Extrema-direita

Pascal Rossignol/Reuters

A líder da direita Marine Le Pen está em 3º lugar nas pesquisas

Marine Le Pen confirma candidatura

A líder da extrema-direita Marine Le Pen poderá disputar a eleição presidencial francesa depois de obter a assinatura de respaldo de pelo menos 500 vereadores.

Le Pen, da Frente Nacional (FN), havia afirmado em várias oportunidades que não tinha certeza se alcançaria a meta legal de 500 assinaturas e havia acusado os "grandes partidos" de pressionar seus representantes para evitar sua presença na disputa de abril.

Na França, para disputar a eleição presidencial cada candidato deve receber o "patrocínio" de 500 pessoas que ocupam um cargo eletivo (prefeitos, vereadores, conselheiros regionais, etc).

Os candidatos têm como prazo máximo para apresentar as assinaturas o dia 16 de março.

A candidata aparece em terceiro lugar em duas pesquisas divulgadas ontem e hoje. Nas duas sondagens, TNS-Sofres e Ifop/Europa 1 a candidata está em terceiro lugar com 16% das intenções de votos.

Um contrato de 2007 pelo qual a França vendeu ao regime líbio de Muamar Kadafi um sistema de espionagem pela internet pode ter servido para financiar a campanha eleitoral há cinco anos do atual presidente francês, Nicolas Sarkozy, segundo documentos publicados ontem pelo jornal francês Libération.

Sarkozy havia desqualificado na segunda-feira a tese de que comissões do contrato da companhia francesa Amesys com a Líbia acabaram nas contas de sua campanha de 2007, depois que o site Médiapart antecipou alguns desses documentos.

Ontem, no entanto, o jornal de esquerda acrescentou alguns elementos de suspeita, em particular que o ex-ministro do Interior Bri­­ce Hortefeux, uma das personalidades mais próximas a Sarkozy, aparece identificado nas notas in­­criminatórias como quem participou da suposta montagem financeira das comissões.

Hortefeux criticou as insinuações de ter administrado 50 mi­­lhões de euros saídos da venda do material de controle on-line que serviu ao regime de Kadafi. Ele considerou "tudo absolutamente falso" e se negou a comentar em detalhe o conteúdo que chamou de "ridículo".

A base das suspeitas são notas de Jean-Charles Brisard, responsável por uma empresa de espionagem e amigo do médico Didier Gross­­kopf, que tratou membros da fa­­mília Kadafi. Essas notas, que es­­tão em poder da Justiça, possuem anotações de Brisard nas quais re­­latam conversas com Gross­­kopf.

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o jornalista Fa­­brice Arfi, do Mediapart, disse que viu as notas que constam no processo legal do caso.

Nessas conversas o médico lhe contava sobre as operações que tes­­temunhou na Líbia, e, em particular, as negociação de comissões do então governo Líbio com o franco-libanês Ziad Takieddine, intermediário do governo francês.

O Libération reconheceu que há muitas dúvidas sobre o valor e o sentido dessas notas, já que as su­­postas comissões poderiam ser ape­­nas a remuneração de Takieddine.

Takieddine admitiu que as re­­lações entre Líbia e França passavam por suas mãos naquele mo­­mento, mas desmentiu as alusões sobre um suposto financiamento político e duvidou da veracidade das notas de Brisard e Grosskopf.

Filho de Kadafi

Em uma entrevista ao canal de te­­vê Euronews, o filho de Kadafi Saif al-Islam, que está detido na Líbia, ameaçou tornar público os detalhes da transferência bancária en­­tre os governos líbio e francês. Ele se ressente do apoio do líder francês à oposição, o que levou à queda e morte do ditador em ou­­tubro de 2011. As últimas alegações vêm em um momento crucial pa­­ra Sar­­kozy, que disputa as eleições de abril.

Pesquisas mostram resultados divergentes

Enquanto uma pesquisa divulgada na segunda-feira, pelo instituto Ifop/Europa 1, mostrava o presidente francês, Nicolas Sar­­kozy, pela primeira vez a frente na disputa presidencial do país, estudo divulgado ontem pelo instituto TNS-Sofres mostra o opositor François Hollande na frente.

A sondagem da TNS-Sofres co­­loca Hollande estável com 30% das intenções de voto, enquanto Sarkozy perde 2 pontos, caindo para 26% em relação à pesquisa realizada de 23 a 27 de fevereiro. A candidata de extrema-direita Marine Le Pen, com um ponto a menos, fica em terceiro com 16%.

Num eventual segundo turno, Hollande conserva a vantagem com 58% das intenções de votos, contra 42% de Sarkozy.

Já a pesquisa realizada pelo Instituto Ifop/Europa 1 mostra o atual presidente com 28,5% das intenções de voto, contra 27% de Hollande. A terceira colocada é Le Pen, com 16%.

No entanto, Hollande conti­­nua­­ria na frente em um segundo tur­­no, de acordo com o Instituto Ifop/Europa 1. O socialista aparece com 54,5%, enquanto Sarkozy possui 45,5%.

O presidente recebeu a notícia em seu programa semanal na te­­levisão francesa – o resultado foi comemorado pelo comando de campanha de reeleição.

Desde julho, Hollande liderava as sondagens feitas pelo Ifop/Europa 1. A crise econômica da Eu­­ropa é apontada por analistas como um dos fatores das dificuldades da campanha de Sarkozy.

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