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O premier de Israel falou à imprensa ontem de seu gabinete na cidade de Jerusalém. | Uriel Sinai/Reuters
O premier de Israel falou à imprensa ontem de seu gabinete na cidade de Jerusalém.| Foto: Uriel Sinai/Reuters

Desafios futuros

Israel nomeia novo chefe das Forças Armadas

Israel nomeou ontem o major-general Yoav Galant como novo chefe das Forças Armadas. O militar, que líderou as tropas do país na guerra de Gaza, foi escolhido para enfrentar os desafios futuros que poderão incluir um Irã com arsenal nuclear e ameaças de militantes islâmicos. A decisão ocorreu várias semanas antes do esperado e seguiu-se a um escândalo sobre um lobby criado para conseguir o posto, o mais alto nas forças israelenses.

Como chefe do Comando Sul do país, Galant liderou as tropas que, em dezembro de 2008 e janeiro de 2009, atacaram militantes islâmicos em Gaza, matando aproximadamente 1.400 palestinos e 13 israelenses. Uma investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) acusou tanto o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, como Israel de crimes de guerra.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu ontem, em Jerusalém, surpreender os céticos que duvidam que as negociações diretas com os palestinos, com início previsto para 2 de setembro, sejam concluídas com um acordo de paz. "Posso en­­­ten­­der os céticos. Mas temos a intenção de surpreendê-los, sempre e quando tenhamos um interlocutor sério", afirmou Netanyahu pouco antes do início da reunião semanal de governo. "Um acordo de paz com os palestinos é difícil, mas possível."

A Liga Árabe declarou estar "extremamente inquieta" com a posição israelense sobre as condições de negociações com os palestinos. Na última sexta-feira, os dois lados aceitaram retomar as negociações diretas de paz, numa reunião tripartite em setembro próximo, em Washington, EUA. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se posicionou a favor de um diálogo sem agenda prévia. Os palestinos, no entanto, têm como condição para retomar a negociação direta o fim da colonização no território palestino da Cisjordânia.

A Liga Árabe expressou temor de que o processo de paz entre outra vez em um círculo vicioso de negociações, "que não alcançam o objetivo esperado". O anúncio das negociações diretas foi recebido com ceticismo pela imprensa israelense, que recordou o fracasso de iniciativas similares há alguns anos. O jornal Yediot Aharonot, por exemplo, recordou que negociações desse tipo já foram tentadas em 1993, em Oslo (Noruega) e Washington, e continuaram em Camp David (Estados Unidos), em 2000, em Taba (Egito), em 2001, e em Annapolis (também nos EUA), em 2007, sem que se conseguisse qualquer resultado.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, anunciou na última sexta-feira o convite norte-americano para a retomada do diálogo direto entre palestinos e israelenses. "Houve dificuldades no passado e haverá impasses agora. As conversas atingirão obstáculos e os inimigos da paz continuarão tentando nos prejudicar", disse a secretária de Estado, reconhecendo a dificuldade do processo. Israel logo em seguida aceitou a proposta. No fim daquele dia, a mesma postura foi adotada pelo lado palestino.

A reunião tripartite está prevista para os próximos dias 1.º e 2 de setembro, em Washington, e en­­cerra 20 meses de paralisação das negociações diretas. Idas e vindas As negociações de paz lançadas em Annapolis (Estados Unidos), no fim de 2007, estão estagnadas desde de­­zembro de 2008, quando os palestinos abandonaram o processo de paz após o início da ofensiva militar israelense contra a Faixa de Gaza, que deixou cerca de 1.400 palestinos mortos, na maioria de civis.

Crise diplomática

Posteriormente, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, se negou reiteradamente a voltar à mesa de negociação enquanto Israel não paralisasse totalmente a ampliação das colônias judaicas e assentamentos na Cisjordânia, um dos pontos mais delicados do processo. Em março passado, Abbas aceitou iniciar conversas indiretas de paz sem que se tivesse cumprido sua exigência, mas a aprovação da ampliação de uma colônia em Je­­rusalém Oriental, durante a visita do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, jogou por terra a possibilidade e originou a maior crise di­­plomática em décadas entre Israel e Washington.

Em visita à Casa Branca em ju­­lho, Netanyahu disse estar disposto a tomar passos concretos e se­­guir com o plano mediado pelos EUA de iniciar diálogo direto em setembro próximo.

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