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Latas de lixo nas ruas da cidade de Barcelona enviam um sinal quando precisam ser esvaziadas | lindsay mackenzie para The New York Times
Latas de lixo nas ruas da cidade de Barcelona enviam um sinal quando precisam ser esvaziadas| Foto: lindsay mackenzie para The New York Times

As ruas daqui oferecem um vislumbre do futuro. Ao lado da famosa arquitetura e das praias de areia branca da cidade, sensores em latas de lixo avisam os lixeiros quando elas precisam ser esvaziadas. Os sistemas de irrigação em parques monitoram a umidade do solo e ligam os pulverizadores quando necessário. E os motoristas podem utilizar um aplicativo para encontrar a vaga mais próxima para estacionar.

"É crucial que essas novas tecnologias sejam úteis a nossos cidadãos", declarou Xavier Trias, o prefeito de Barcelona, em seu gabinete, que data do século XV. "Essa é uma mudança importante. Precisamos criar um sistema sustentável". Barcelona está entre as cidades europeias adotando novas formas de tecnologia, com foco em aprimorar serviços. E o mais importante: os investimentos, incluindo conexões à internet de alta velocidade e pontos de recarga de eletricidade para carros e motos, oferecem maneiras de reduzir o uso de energia e gerar receita.

A iniciativa reflete esforços de cidades como São Francisco e Boston, que gastaram milhões de dólares para atualizar sua infraestrutura. Outros projetos têm aparecido, notavelmente Masdar City, um habitat planejado de alta tecnologia em Abu Dhabi. Mas analistas dizem que a Europa, apesar da forte crise financeira – e em parte por causa dela –, segue um passo à frente na criação das chamadas cidades inteligentes, que combinam serviços tradicionais ( redes de eletricidade) com tecnologias do século XXI (como eletrodomésticos conectados à internet).

Prefeitos de locais como Copenhague e Hamburgo esperam reduzir o uso de água e energia atualizando os serviços municipais, para que possam monitorar a distribuição e identificar possibilidades de economia. Em Barcelona, onde a taxa de desemprego continua acima de 20 por cento, a cidade espera cortar sua conta de água em 25 por cento com a instalação de sensores em parques locais. A economia anual pode somar quase US$60 milhões.

"Estamos desperdiçando muita água", afirmou Julia Lopez, coordenadora do programa cidade inteligente em Barcelona. "Agora podemos controlar o sistema diretamente de um iPad". As atualizações de infraestrutura levaram a contratos entre cidades e empresas de tecnologia, incluindo IBM, Hewlett-Packard e General Electric. Ao implantar sua tecnologia em projetos-piloto municipais, essas empresas dizem poder testar novos serviços de apelo global. Amsterdã promoveu parcerias entre empresas locais para se aproveitar de investimentos anteriores. Entre elas estava o Ajax, time de futebol que pagou um hospital para gerar eletricidade para suas partidas instalando painéis solar em seu telhado.

Em Londres, a startup Citymapper criou um aplicativo de smartphone que ajuda o usuário a navegar pelas complexas redes de ônibus e metrô. Segundo Azmat Yusuf, fundador da empresa, desde o lançamento em 2011, a utilização dos ônibus de Londres aumentou, criando receita adicional e reduzindo o número de carros nas ruas. O aplicativo já está disponível em Nova York, Berlim e Paris.

No ano passado em Barcelona, o empresário Jaume Mayor criou o WeSmartPark, serviço voltado a facilitar a procura por vagas de estacionamento na rua. O sistema permite que motoristas aluguem suas vagas particulares instalando sensores que registram quando elas estão disponíveis. Os clientes podem reservar as vagas através de um aplicativo para smartphone. Até agora, Mayor já inscreveu 1.500 vagas de estacionamento. Ele também tem quase 100 mil usuários, ou cerca de 6 por cento da população de Barcelona. "Estamos fazendo o melhor uso dos recursos".

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