• Carregando...
Manifestantes protestam contra a ditadura de Daniel Ortega | INTI OCON/AFP
Manifestantes protestam contra a ditadura de Daniel Ortega| Foto: INTI OCON/AFP

O governo da Nicarágua está bloqueado a realização de investigações de órgãos internacionais sobre a violenta repressão desencadeada pelo ditador Daniel Ortega, a partir de 18 de abril, contra manifestantes que pedem que ele e sua esposa Rosario Murillo, a vice-presidente do país, saiam do poder. Até agora, mais de 300 pessoas foram mortas na crise política mais sangrenta no país desde os anos 80.

Um acordo firmado em julho entre o governo do país centro-americano, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e a secretaria geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) assegurou que o Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI) Nicarágua teria seis meses para realizar as investigações. 

Segundo o jornal nicaraguense La Prensa, os membros do grupo estão “preocupados” porque o governo bloqueou o acesso aos expedientes das investigações e às ações penais iniciadas pelas autoridades contra manifestantes nicaraguenses. Eles disseram que o governo não tem permitido o acesso às audiências na Justiça e não tem atendido aos pedidos de informações feitos pelo grupo. 

Leia também: ï»¿OEA condena Nicarágua por repressão e esquerda latina se divide

Pablo Parenti, um dos especialistas na investigação, disse que desde que chegaram ao país, no início de julho, solicitaram cópias e acesso aos expedientes de investigação do Ministério Público e às audiências. “Até agora não recebemos nenhuma resposta formal a esta solicitação.” Segundo ele, o argumento dado pelo governo é que a tramitação para liberação às informações e às audiências está em processo. 

Mas, a secretaria da Corte Suprema de Justiça alega não ter recebido da Chancelaria da República nenhuma solicitação feita pelo grupo interdisciplinar ou da CIDH para que se permita o acesso deles às audiências e julgamentos. 

Segundo o jornal online Confidencial, o ditador também declarou “inaceitável” a presença de um grupo de trabalho criado pelo Conselho Permanente da OEA. Ele o qualificou de querer intervir nos assuntos internos nicaraguenses e de ser dirigido pelo governo americano. “Eles não são bem-vindos ao país.”

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]