São Paulo - O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, declarou ontem, durante visita a São Paulo, que está "pesando" a possibilidade de concorrer a um terceiro mandato à frente de seu país, caso a Suprema Corte colombiana aprove o direito a uma nova reeleição do chefe de Estado. "A Colômbia é um país de instituições, com Justiça independente e autônoma", assegurou Uribe.
Segundo ele, as instituições foram fortalecidas depois de um período em que políticos e empresários, durante o governo do ex-presidente Andrés Pastrana, se submetiam aos desmandos de terroristas e guerrilheiros.
"Eu me preocupo com a possibilidade de perpetuação na presidência, de dar um sinal de apego ao poder. Na verdade, chegar ao poder parece uma conquista, mas é um sacrifício", afirmou. "Peço que nunca se ponha em dúvida a solidez das instituição em nossa pátria", emendou.
Ao mesmo tempo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem ter conversado com Uribe e com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a instalação de bases norte-americanas e disse que se convenceu de que o objetivo das estruturas militares é auxiliar o país vizinho a cuidar de problemas internos, como a luta contra o narcotráfico e o combate às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Na avaliação de Lula, o Brasil não deve interferir na soberania colombiana. "Quando aconteceu a questão das bases na Colômbia, eu manifestei as minhas preocupações a Uribe e a Obama. Penso que vamos encontrar uma solução", disse o presidente, após encontro com Uribe na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Lula destacou que já propôs ao Conselho de Defesa das Nações Sul-Americanas (Unasul) que todos os membros apresentem os acordos nas áreas militar e de defesa aos outros países que integram o bloco.
A preocupação em relação às bases é praticamente unânime entre os países da América do Sul. O presidente colombiano disse que as garantias de que as estruturas militares cuidarão apenas de problemas domésticos vêm do processo histórico do país andino. "A Colômbia nunca foi um país agressivo. Temos um diálogo sincero e respeitoso. Tudo isso é garantia", disse ele.
Segundo Uribe, o governo colombiano avançou muito no combate ao narcotráfico, mas ainda faltam etapas a serem vencidas. "Precisamos da ajuda do Brasil para patrulhamento na região amazônica e enfrentamento do narcotráfico", disse.
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