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Uribe com Lula, em São Paulo: tom ameno sobre bases militares dos EUA e dissimulação quanto ao 3º mandato | Mauricio Lima/AFP
Uribe com Lula, em São Paulo: tom ameno sobre bases militares dos EUA e dissimulação quanto ao 3º mandato| Foto: Mauricio Lima/AFP

São Paulo - O presidente da Colômbia, Al­­varo Uribe, declarou ontem, du­­rante visita a São Paulo, que está "pesando" a possibilidade de concorrer a um terceiro mandato à frente de seu país, caso a Su­­prema Corte colombiana aprove o direito a uma nova reeleição do chefe de Estado. "A Colômbia é um país de instituições, com Jus­­tiça independente e autônoma", assegurou Uribe.

Segundo ele, as instituições foram fortalecidas depois de um período em que políticos e em­­presários, durante o governo do ex-presidente Andrés Pastrana, se submetiam aos desmandos de terroristas e guerrilheiros.

"Eu me preocupo com a possibilidade de perpetuação na presidência, de dar um sinal de apego ao poder. Na verdade, chegar ao poder parece uma conquista, mas é um sacrifício", afir­­mou. "Peço que nunca se ponha em dúvida a solidez das instituição em nossa pátria", emendou.

Ao mesmo tempo, o presiden­­te Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem ter conversado com Uribe e com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a instalação de bases norte-americanas e disse que se convenceu de que o objetivo das estruturas militares é auxiliar o país vizinho a cuidar de problemas internos, como a luta contra o narcotráfico e o combate às Forças Ar­­madas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Na avaliação de Lula, o Brasil não deve interferir na soberania colombiana. "Quando acon­­teceu a questão das bases na Co­­lômbia, eu manifestei as minhas preocupações a Uribe e a Obama. Penso que va­­mos encontrar uma solução", disse o presidente, após en­­contro com Uribe na sede da Fe­­deração das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Lula destacou que já propôs ao Conselho de Defesa das Na­­ções Sul-Americanas (Unasul) que to­­dos os membros apresentem os acordos nas áreas militar e de defesa aos outros países que integram o bloco.

A preocupação em relação às bases é praticamente unânime entre os países da América do Sul. O presidente colombiano disse que as garantias de que as estruturas militares cuidarão ape­­nas de problemas domésticos vêm do processo histórico do país andino. "A Colômbia nunca foi um país agressivo. Temos um diálogo sincero e respeitoso. Tudo isso é garantia", disse ele.

Segundo Uribe, o governo co­­lombiano avançou muito no combate ao narcotráfico, mas ainda faltam etapas a se­­rem vencidas. "Precisamos da ajuda do Brasil para patrulhamento na região amazônica e enfrentamento do narcotráfico", disse.

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