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O prêmio Nobel de Química de 2010 foi entregue ao químico norte-americano Richard Heck e aos japoneses Ei-Ichi Negishi e Akira Suzuki por desenvolverem técnicas que permitem a criação de novas moléculas de carbono, mais complexas que as existentes na natureza, informou nesta quarta-feira (6) a Fundação Nobel, no Karolinska Institutet, em Estocolmo.

A Real Academia de Ciências da Suécia, responsável pelo prêmio, destacou as contribuições dos três cientistas no uso do paládio, metal comum na rotina da odontologia, para facilitar a ligação entre carbonos. O processo é conhecido como acoplamento cruzado do paládio catalisado.

Dez milhões de coroas suecas, o equivalente a US$ 1,5 milhão, serão divididas entre os três químicos. Nesta semana, já foram anunciados os prêmios Nobel de Medicina e de Física. Os próximos serão o de Literatura, da Paz e de Economia.

Síntese orgânica

Para criar materiais complexos, os cientistas precisam unir átomos de carbono, o elemento fundamental para a química orgânica.

Antes das reações criadas por Heck, Suzuki e Negishi, fazer moléculas simples de carbono era possível, mas o problema surgia com compostos mais complexos. Muitos materiais indesejáveis surgiam nos tubos de ensaio com o emprego das técnicas antigas.

Após a pesquisa dos três químicos, o paládio passou a servir como meio para unir átomos de carbono de forma mais fácil, com menos "dejetos".

Compostos de carbono são encontrados na coloração das flores, no veneno de cobras e até mesmo em substâncias como a penicilina, o mais famoso dos antibióticos existentes. Na indústria, a síntese orgânica tem emprego no tratamento do câncer, na área eletrônica e na agricultura.

"A humanidade precisa de novos medicamentos para tratar câncer ou dar conta dos efeitos devastadores de vírus mortais, a indústria eletrônica busca substâncias para emitir luz e a agrícola quer material capaz de proteger as colheitas", disse o comitê organizador.

Um dos empregos mais conhecidos do paládio como agente para facilitar a ligação entre carbonos está na criação da diazonamida A, eficaz contra células cancerígenas no colo de útero.

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