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O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, ganhou o Prêmio Nobel da Paz nesta sexta-feira (11) "por seus esforços para alcançar a paz e a cooperação internacional e, em particular, por sua iniciativa decisiva para resolver o conflito de fronteira com a vizinha Eritreia", disse Berit Reiss-Andersen, presidente do Comitê Nobel, que decide o vencedor.

O ex-oficial de inteligência, de 43 anos, inaugurou uma era de esperança de paz e maiores liberdades no segundo país mais populoso da África, que há muito tempo é governado por regimes autoritários. Ao assumir o cargo em abril de 2018, Abiy iniciou a libertação de milhares de presos políticos, baniu várias organizações políticas, processou ex-funcionários acusados ​​de tortura e prometeu levar a Etiópia para suas primeiras eleições livres e multipartidárias em 2020.

Abiy também tomou medidas ousadas de política externa, incluindo propostas para o seu homólogo na Eritreia, que se separou da Etiópia em 1993 após décadas de guerra sangrenta, formalmente encerrando um tenso impasse militar que durou 20 anos. No vizinho Sudão e no Sudão do Sul, ambos assolados por conflitos civis, Abiy liderou pessoalmente rondas de negociações entre lados opostos, restabelecendo o potencial da Etiópia como intermediário regional de poder.

O reconhecimento de Abiy pelo Comitê Nobel, baseado na Noruega, lembra os 10 anos em que o presidente Barack Obama foi agraciado com o prêmio. Como Obama na época, Abiy está no início de seu mandato e ainda não implementou completamente as amplas reformas e acordos de paz que se propôs a realizar, mas suas decisões iniciais no cargo suscitaram uma esperança de que esses objetivos declarados sejam alcançados.

A Etiópia continua sendo um dos países mais inseguros do mundo, com mais de 3 milhões de pessoas deslocadas de suas casas e mais de mil mortos em 2018, principalmente devido a conflitos étnicos. A economia do país está perigosamente fraca e dezenas de milhares de etíopes se tornaram refugiados em busca de condições melhores. As reformas propostas por Abiy também são vistas por alguns na Etiópia como suscetíveis de exacerbar as tensões étnicas, e ele já sobreviveu a uma tentativa de assassinato.

Nomes cogitados

Casas de apostas indicavam nomes muito diferentes para o Nobel da Paz. O mais cogitado era o da estudante Greta Thunberg, 16, que mobilizou milhares de pessoas em todo mundo para marchar pela causa do meio ambiente. Também aparecem nas primeiras posições o Papa Francisco, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a chanceler alemã Angela Merkel, a organização Repórteres Sem Fronteiras e o ex-presidente brasileiro, preso por corrupção, Luiz Inácio Lula da Silva.

O comitê não divulga nomes de indicados. Os organizadores confirmaram apenas que 301 indicações foram aceitas para concorrer ao Nobel da Paz 2019. Saiba mais sobre como é feita a escolha do prêmio Nobel da Paz.

Os vencedores do Prêmio Nobel 2019

Os vencedores do Nobel da Paz nos últimos 10 anos

  • 2018: Denis Mukwege e Nadia Murad
  • 2017: Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares
  • 2016: Juan Manuel Santos, então presidente da Colômbia
  • 2015: Quarteto para o Diálogo Nacional da Tunísia
  • 2014: os ativistas Malala Yousafzai e Kailash Satyarthi
  • 2013: Organização para a Proibição de Armas Químicas
  • 2012: União Europeia
  • 2011: as ativistas Ellen Johnson Sirleaf, Tawakel Karman e Leymah Gbowee
  • 2010: ativista Liu Xiaobo
  • 2009: Barack Obama
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