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Corpos são levados a um caminhão refrigerado que funciona como necrotério improvisado no Hospital Wyckoff, em Nova York, 6 de abril
Corpos são levados a um caminhão refrigerado que funciona como necrotério improvisado no Hospital Wyckoff, em Nova York, 6 de abril| Foto: Bryan R. Smith / AFP

Nova York é o estado dos Estados Unidos com maior número de casos e mortes pelo coronavírus no país. A situação na cidade de Nova York é tão grave que o prefeito da cidade, Bill de Blasio, anunciou na segunda-feira (6) um plano de contingência para realizar "funerais temporários" em locais "provisórios". "Trataremos todos com dignidade", disse De Blasio.

O prefeito evitou dar detalhes, mas o vereador Mark Levine, presidente do Conselho Municipal, foi mais explícito. Ele disse que o plano prevê enterrar temporariamente os mortos em parques, já que os necrotérios e os cemitérios estão lotados. A ideia é que os corpos sejam facilmente rastreados para que possam ser transferidos para cemitérios depois da pandemia.

"Em breve começaremos os enterros temporários. Provavelmente, serão feitos usando um parque de Nova York", disse Levine. "Serão cavadas covas para dez caixões em fileiras. Será feito de maneira digna, ordenada e temporária."

Ontem, o governador do estado de NY, Andrew Cuomo, disse que o número de internações e de admissões em UTIs diminuiu, o que pode indicar um "possível achatamento" da curva de contaminações. Cuomo, porém, se queixou do fato de muitos terem saído às ruas no fim de semana e dobrou o valor da multa para quem descumprir as regras estaduais de isolamento.

Quem infringir as diretrizes do estado será multado em US$ 1 mil (R$ 5,2 mil). O pico da crise em Nova York é previsto para ocorrer na quinta-feira, quando a estimativa é de que 878 pessoas morram em um único dia.

"Temos de continuar o distanciamento social. Escolas e serviços não essenciais continuarão fechados até 29 de abril. Eu não vou escolher entre a saúde pública e a atividade econômica. A saúde pública ainda exige que continuemos parados", disse o governador.

Navio-hospital

Na segunda-feira, o presidente Donald Trump aceitou um pedido de Cuomo para que o navio-hospital das Forças Armadas que está ancorado em Nova York mude de função. O governador pediu para que a embarcação fosse usada para tratar pacientes infectados pelo coronavírus. Até agora, o USNS Comfort, com 750 leitos, era destinado a atender casos urgentes que não tinham relação com o vírus.

Protocolos militares e entraves burocráticos, porém, impediram o navio de receber muitos pacientes e a embarcação tem ficado praticamente vazia.

Próximas semanas serão críticas

Os EUA ultrapassaram na segunda-feira a marca de 10 mil mortes pelo coronavírus, cerca da metade no estado de Nova York. Até esta terça-feira, foram registrados 12.021 mortos pela doença no país, que é agora o terceiro com mais óbitos no mundo, atrás apenas de Itália e Espanha. Com relação ao número de contaminados, os americanos estão na frente, com 383 mil casos, que crescem a um ritmo de 30 mil por dia, em média.

Enquanto o vírus dá pequenos sinais de desaceleração na Europa, os EUA se preparam para a semana mais crítica desde o primeiro caso registrado no país, em janeiro.

O principal modelo estatístico usado para previsão do comportamento do novo coronavírus nos Estados Unidos foi revisado nos últimos dias e agora sugere que a Covid-19 deve causar um número menor de mortes no país em relação ao que foi estimado anteriormente.

Em coletiva de imprensa no fim de março, o presidente Donald Trump e sua equipe de médicos infectologistas da força-tarefa contra o novo coronavírus informaram que as previsões indicavam que a doença poderia matar entre 100 mil a 240 mil americanos na primeira onda.

Na semana passada, porém, os números foram revisados para baixo, e a previsão agora é de um intervalo entre 49.431 e 136.401 falecimentos em decorrência da covid-19 nos Estados Unidos.

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