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Policial patrulha a Mesquita Linwood, em Christchurch, com homenagens às vítimas do massacre que matou 50 pessoas, na Nova Zelândia | Foto: WILLIAM WEST/AFP
Policial patrulha a Mesquita Linwood, em Christchurch, com homenagens às vítimas do massacre que matou 50 pessoas, na Nova Zelândia | Foto: WILLIAM WEST/AFP| Foto:

A Nova Zelândia vai proibir armas semiautomáticas de estilo militar e fuzis de assalto, em uma medida anunciada pela primeira-ministra do país, Jacinda Ardern, nesta quinta-feira (21), seis dias após os ataques a duas mesquitas em Christchurch, que deixaram 50 mortos. A nova legislação ainda será votada pelo parlamento, mas conta com o apoio da oposição.

"Em 15 de março, nossa história mudou para sempre. Agora, nossas leis também", disse Ardern. "Estamos anunciando ações hoje, em nome de todos os neozelandeses, para fortalecer nossas leis sobre armas e tornar nosso país um lugar mais seguro".

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Um programa de recompra será lançado para tirar as armas existentes de circulação e aqueles que não obedeceram à nova legislação estarão sujeitos a uma multa de US$ 2.700 ou até três anos de prisão.

"Queremos aumentar a penalidade quando a proibição estiver em pleno vigor e as oportunidades de recompra acabarem", disse Ardern.

O atirador que atacou as mesquitas Al Noor e Linwood na sexta-feira passada usou fuzis AR-15, no massacre mais mortal que a Nova Zelândia já viu. Além dos 50 mortos, 40 pessoas ficaram feridas.

O país possui a tradição de caçar e atirar como esporte, mas não conta com um dispositivo legal para armas de autodefesa, como ocorre nos Estados Unidos, por exemplo.

Ardern disse que não há razão para os neozelandeses possuírem esses tipos de armas e há um amplo consenso sobre esse argumento. A oposição de centro-direita do Partido Nacional apoiou a proibição. Seu líder, Simon Bridges, disse que era "imperativo no interesse nacional manter os neozelandeses seguros".

Campanha política na Turquia

O ministro de Relações Exteriores da Nova Zelândia, Winston Peters, está viajando para a Turquia, onde deve "confrontar" as autoridades locais por declarações inflamadas feitas pelo presidente Recep Tayyip Erdogan sobre o massacre nos últimos dias, segundo Ardern.

Erdogan, cujo partido enfrenta eleições locais no final deste mês, foi criticado por exibir repetidamente videoclipes da filmagem do ataque, gravadas pelo suposto atirador, em manifestações de campanha em cidades da Turquia.

Em um comício na terça-feira (19), Erdogan disse que se a Nova Zelândia não julgasse o suposto atirador como "culpado", a Turquia o faria, sem fornecer mais detalhes sobre o que ele queria dizer.

Durante a viagem de Peters à Turquia, o ministro das Relações Exteriores estaria "acertando as contas, cara a cara", disse Ardern.

Christchurch continua a se recuperar do massacre, o único ataque terrorista deste tipo a ter atingido o país.

Há 29 feridos no Hospital de Christchurch, oito deles em estado crítico.

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Um dos cirurgiões que ajudou a cuidar dos feridos falou sobre digerir a notícia da tragédia assim que a emergência inicial passou.

"Sou de origem libanesa, sou muçulmano, sou árabe", disse Adib Khanafer, cirurgião vascular e pai de quatro filhos, que chorou quando descreveu os casos com os quais lidou na sexta-feira. Entre as vítimas que ele atendeu estava uma menina de 4 anos que teve que ser transferida para um hospital infantil especializado em Auckland. "O estado dela é crítico, mas acho que ela vai sair disso", disse Khanafer a repórteres no hospital.

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