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O presidente americano, Barack Obama, disse nesta quinta-feira (20) que os Estados Unidos respeitam as diferentes religiões, mas "não vamos perdoar a violência", em referência ao ataque sofrido no consulado em Benghazi (Líbia), que resultou na morte do embaixador, Chris Stevens, por causa da divulgação de um vídeo anti-Islã. O ataque, no qual morreram outros três funcionários dos EUA, "não representa a atitude do povo líbio", disse o presidente americano.

O povo líbio "entende que por causa do trabalho incrível de nossos diplomatas e militares, libertamos o país do ditador (Muammar Kadafi) que os aterrorizava durante anos", afirmou hoje Obama durante uma entrevista em Miami à emissora "Univision", retransmitida ao vivo pelo Facebook.

Obama lembrou que Stevens "foi um dos lideres do processo" e afirmou que "quando o mataram houve vigílias aqui na Casa Branca para expressar o luto do povo líbio". "O que vimos nestas últimas semanas, é algo que já vimos anteriormente: o vídeo e as charges ofensivas ao profeta Maomé são utilizados como desculpa por alguns para cometerem atos de violência imperdoáveis contra os americanos". Conforme explicou, sua prioridade "sempre foi manter a segurança" dos diplomatas e das embaixadas do seu país.

"Quando ocorreram estes eventos inicialmente no Cairo e depois por toda a região, trabalhamos com a secretária de Estado, Hillary Clinton, para redobrar nossa segurança e para mandar uma mensagem aos lideres destes países, basicamente dizendo que não tivemos nada a ver com o vídeo, que o consideramos ofensivo e que não representa a opinião dos EUA", ressaltou.

Em qualquer caso, enfatizou que, embora "tratemos com respeito um ao outro em relação às crenças religiosas, não vamos perdoar a violência". O presidente explicou que, embora seu objetivo em curto prazo seja garantir a segurança do corpo diplomático e que os responsáveis pelos ataques sejam levados à Justiça, também é importante esperar "o que vai acontecer agora com a Primavera Árabe, com a mudança nos países de uma ditadura para uma democracia".

"Nós não podemos substituir a tirania de um ditador com outra tirania. Minha mensagem aos presidentes da Tunísia e do Egito é que nós apoiamos a democracia e que a democracia também consiste em proteger os direitos das minorias", defendeu Obama, que se negou a vincular diretamente o ataque na Líbia com a Al Qaeda e disse que esta é uma questão que ainda está sendo investigada.

Obama disse não ter obtido ainda "plena cooperação de países como Egito, Líbia e Tunísia" e que, em qualquer caso, deve-se vigiar de perto "os grupos que ameaçam os interesses dos EUA" e que "ainda podem causar muitos danos".

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