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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na quarta-feira (20) que a Síria será responsabilizada por eventuais usos de armas químicas na sua guerra civil, e garantiu a proteção norte-americana a Israel contra o Irã.

Em sua primeira visita como presidente a Israel, Obama disse que solicitou uma investigação sobre as suspeitas de uso de armas químicas na Síria.

Ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com quem tem relações conturbadas, Obama manifestou ceticismo de que rebeldes sírios tenham usado armas químicas, e disse que haverá retaliações ao presidente Bashar al Assad caso o uso tenha partido das suas forças.

"Temos sido claros de que o uso de armas químicas contra o povo sírio seria um erro sério e trágico", disse Obama em entrevista coletiva em Jerusalém. "O regime de Assad deve entender que será responsabilizado pelo uso de armas químicas ou sua transferência a terroristas."

Obama também manifestou o desejo de que seja retomado o processo de paz entre palestinos e israelenses, mas não apresentou nenhuma nova proposta para isso, nem fez menção à ampliação dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, principal fator para a interrupção das negociações em 2010.

O presidente norte-americano disse que pretende escutar cada lado antes de determinar como avançar. Na quinta-feira, ele será recebido na Cisjordânia pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas.

Obama passará três dias em Israel, e seu principal objetivo é relançar as relações com um precioso aliado, que se ofendeu durante o primeiro mandato de Obama por causa da sua pressão sobre Netanyahu para que abandonasse as obras em assentamentos, e pelo fato de não ter feito uma visita a Israel.

Mostrando-se notavelmente mais caloroso com Obama, Netanyahu disse estar "absolutamente convencido de que o presidente está determinado a evitar que o Irã obtenha armas nucleares".

No entanto, o líder direitista disse ter certeza de que Obama entende que Israel "não pode nunca ceder o direito de nos defendermos a terceiros, mesmo para o maior dos nossos amigos" - um sinal de que Israel não descarta uma ação militar unilateral contra o programa nuclear iraniano.

"Hoje, temos ambos o direito e a capacidade de nos defendermos", disse Netanyahu.

Obama - cujo governo no passado tentou discretamente dissuadir Israel de agir unilateralmente - disse que Netanyahu está "absolutamente certo" ao citar o direito à autodefesa. Afirmou ainda que os dois países têm avaliações semelhantes sobre o desenvolvimento nuclear do Irã, mas observou que "há tempo para resolver isso diplomaticamente".

"A questão é se a liderança iraniana irá aproveitar essa oportunidade", acrescentou.

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