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Presidente Barack Obama fez um longo discurso para anunciar reforma no sistema de monitoramento e criticar as denúncias sobre espionagem levadas a público por Edward Snowden | Kevin Lamarque/Reuters
Presidente Barack Obama fez um longo discurso para anunciar reforma no sistema de monitoramento e criticar as denúncias sobre espionagem levadas a público por Edward Snowden| Foto: Kevin Lamarque/Reuters

Exemplos

Presidente usa história para justificar prática de monitoramento

A revisão dos processos da NSA foi anunciada em agosto último pelo presidente Barack Obama, depois de dois meses de críticas e revelações feitas pelo ex-analista da NSA Edward Snowden, atualmente asilado na Rússia.

Obama usou diversos exemplos históricos para justificar a espionagem, da inteligência sobre os britânicos na guerra da Independência americana à quebra de códigos japoneses e alemães durante a Segunda Guerra.

Mas afirmou que estados totalitários, como a Alemanha Oriental, lembram dos excessos da espionagem. "Nem os EUA foram imunes aos exageros" e citou a espionagem de Martin Luther King feita pelo próprio governo, à época de J. Edgar Hoover à frente do FBI.

Obama lembrou que os atentados de 11 de setembro provocaram excessos na ampliação da inteligência. "Fomos chacoalhados pelos sinais que não captamos sobre a preparação dos atentados de 11 de setembro", justificou.

Parte das reformas será enviada ao Congresso. Obama não falou em deixar de coletar os dados de emails ou telefone, como os defensores da privacidade pediam. Boa parte do discurso foi sobre o armazenamento e o período do mesmo. O senador republicano Rand Paul afirmou que esperava "o fim desse armazenamento" e da espionagem generalizada.

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O presidente americano Barack Obama anunciou ontem que não haverá mais espionagem de chefes de Estado e de governo "de nossos amigos e aliados, ao menos que haja uma forte razão de segurança nacional".

"Se eu quero saber o que nossos amigos e aliados pensam, vou pegar o telefone e ligar para eles, em vez de recorrer à espionagem", garantiu, durante um longo discurso sobre a prometida reforma da Agência Nacional de Segurança (NSA, da sigla em inglês).

Obama disse que instruiu sua equipe de inteligência para aprofundar a cooperação com aliados para "reconstruir a confiança". O presidente não citou que países são considerados "amigos e aliados", mas disse que continuará a coletar inteligência ao redor do mundo, "do mesmo jeito que outros países fazem". "Não vamos pedir desculpas porque nossos serviços são mais efetivos", afirmou.

Obama também determinou ao Departamento de Estado que designe um coordenador para diplomacia internacional, que servirá como ouvidor e negociador das reclamações e questões de governos estrangeiros, uma área na qual se considera que o governo americano demorou a dar respostas. A Casa Branca terá um conselheiro especial para cuidar de preocupações de privacidade.

As reformas anunciadas, a serem implementadas entre os próximos quatro meses e um ano, se referem à redução da coleta de dados sobre telefonemas nos EUA e no exterior, que ainda serão armazenados pela NSA, mas em menor escala – o acesso a eles dependerá de ações judiciais e o cargo de defensor público de privacidade será criado.

No discurso, em que tentou equilibrar preocupações do Congresso, das agências de inteligência, líderes estrangeiros, empresas de tecnologia e organizações de direitos humanos, Obama disse que "corporações estão seguindo vocês também, é assim que surgem as propagandas na tela de seu aparelho celular".

"Snowden fez mais mal do que bem"

Em discurso sobre as mudanças no programa de espionagem americana, Barack Obama criticou o ex-técnico da NSA, Edward Snowden, responsável pelas revelações que abalaram as relações entre os Estados Unidos e países aliados. O presidente afirmou que, com as revelações de informações secretas, "nós nunca seremos capazes de manter as pessoas seguras ou conduzir política externa".

Segundo Obama, "a forma sensacional como as informações foram reveladas causaram mais mal do que bem". Ele disse que a revelação de métodos da NSA aos inimigos pode impactar as operações de forma que "nós não vamos entender em anos".

Obama lembrou que antes mesmo das revelações de Snowden, fez um discurso em maio de 2013 dizendo que era preciso uma discussão pública mais robusta entre segurança e liberdade. Ele assegurou ainda que os EUA não espionam "gente comum" e que a privacidade de todas as pessoas é levada em consideração.

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