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Barack Obama em sua primeira entrevista depois da reeleição: "Não devemos manter a classe média refém enquanto debatemos cortes de impostos para os ricos" | Larry Downing/Reuters
Barack Obama em sua primeira entrevista depois da reeleição: "Não devemos manter a classe média refém enquanto debatemos cortes de impostos para os ricos"| Foto: Larry Downing/Reuters

Em sua primeira entrevista coletiva após a reeleição, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quarta-feira (14) ter "uma obrigação", a de "ajudar as famílias de classe média", e prometeu ainda ser um líder "melhor".

"Tenho uma obrigação. E é ajudar às famílias de classe média e às famílias que estão trabalhando duro para tentar entrar na classe média. Isso é o que o povo americano expressou (nas últimas eleições)", afirmou.

Após a longa campanha eleitoral e sua vitória no pleito da semana passada, a administração Obama enfrenta as tarefas que não concluiu nos últimos quatro anos, como a reforma migratória e o conhecido "abismo fiscal" que, se não for evitado, aumentaria automaticamente os impostos aos cidadãos.

Obama ressaltou a recuperação econômica que o país experimenta, mas insistiu na necessidade de evitar o "abismo fiscal", algo que, segundo disse, nem cogita deixar acontecer.

"Temos uma data limite que nos obriga a tomar decisões importantes sobre o emprego, os impostos e o déficit no final de ano. Ambos partidos votaram para estabelecer esta data limite e acho que ambas partes poderão trabalhar juntas para tomar estas decisões de maneira equilibrada e responsável", comentou.

O "abismo fiscal" é um temido cenário cuja data limite é o próximo dia 2 de janeiro e que combinaria drásticos cortes de gasto público e o fim de certas isenções de impostos no início de 2013, algo que, segundo os analistas, poderia devolver os EUA à recessão no momento mais inoportuno.

Segundo o presidente americano, nenhum dos dois partidos, "nem ninguém", quer que se chegue a esse ponto, e ressaltou que a economia do país não pode enfrentar algo assim.

"Falei com os líderes de maneira privada e agora falo publicamente. Não podemos permitir a extensão dos cortes tributários aos mais ricos. O que podemos fazer é assegurar que os impostos da classe média não subam", acrescentou.

Perguntado pelos jornalistas sobre seu entendimento com a oposição, Obama respondeu que "não há dúvida" que poderia ter manuseado melhor em seu primeiro mandato as relações com os republicanos, mas disse que buscaria "novos caminhos para expressar" seu desejo de "trabalhar com todos".

"Tenho muitas boas relações com as pessoas, tanto na Câmara como no Senado. Tenho relações em ambos lados do corredor. Nem sempre se manifestou no tipo de acordos que eu gostaria ver entre democratas e republicanos, e por isso acho que todos temos responsabilidades para ver se há coisas que podemos melhorar", ponderou.

Em relação à reforma migratória, que não pôde realizar durante seu primeiro mandato e constituiu uma de suas promessas de campanha em 2008, explicou que espera poder passar ao Congresso pouco após sua posse, que acontecerá no próximo dia 21 de janeiro.

"Tenho certeza que podemos conseguir a reforma migratória. Antes das eleições dei entrevistas nas quais afirmei que o voto latino seria importante e que isso causaria uma reflexão por parte dos republicanos sobre sua posição sobre a reforma migratória. Acho que estamos começando a ver isso", sustentou.

Sobre a imigração, detalhou que sua ideia é trabalhar em um fortalecimento das fronteiras, assim como em um endurecimento das leis para evitar que as empresas contratem imigrantes ilegais "e se aproveitem de sua situação".

"Acho que deve haver uma via que permita um status legal àqueles que vivem neste país, não se dedicam à atividade criminosa e estão aqui simplesmente para trabalhar", asseverou.

Além de seus desafios mais imediatos, Obama também falou sobre o escândalo suscitado após a confissão de infidelidade e posterior renúncia do ex-diretor da CIA, David Petraeus, que também atingiu o general das tropas americanas no Afeganistão, John Allen.

"Não tenho evidência até este ponto que informação confidencial tenha sido revelada" nem que a segurança nacional tenha sido afetada, disse o presidente, salientando que o FBI "tem seus protocolos" e é preciso deixar que a investigação aberta siga seu curso.

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