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Ativistas políticos da Ucrânia participam de manifestação em apoio ao delator norte-americano Edward Snowden, em Kiev | Gleb Garanich/Reuters
Ativistas políticos da Ucrânia participam de manifestação em apoio ao delator norte-americano Edward Snowden, em Kiev| Foto: Gleb Garanich/Reuters

Segurança

Em disputa diplomática, Equador renuncia a benefícios americanos

Folhapress

O Equador anunciou ontem que renunciará aos benefícios tarifários concedidos aos produtos do país para que sejam exportados aos EUA. O governo atribui a decisão às ameaças sofridas pelo país por analisar o pedido de asilo de Edward Snowden.

O técnico em informática pediu refúgio ao país após ser processado por Washington por vazar informações sobre o esquema de monitoramento de telefones nos EUA e dados de internet de todo o mundo feito pela Agência de Segurança Nacional americana (NSA, em inglês).

Meses

O país sul-americano avalia o pedido e o chanceler Ricardo Patiño disse ontem que a decisão sobre Snowden poderá levar meses. O delator está na área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, desde domingo.

O anúncio foi feito pelo secretário de Comunicação, Fernando Alvarado. A redução era uma compensação dos americanos à ajuda equatoriana no combate ao tráfico de drogas. Ontem, parlamentares republicanos disseram que pressionariam pela retirada de benefícios ao Equador se o país asilasse o informante.

Os Estados Unidos não vão enviar jatos militares ou iniciar negociações diplomáticas de alto nível para conseguir a extradição de Edward Snowden, afirmou ontem o presidente norte-americano Barack Obama.

Ele descartou a hipótese de usar o poderio militar norte-americano para perseguir Snowden, caso ele saia da zona de trânsito do aeroporto russo e tente se asilar em algum país.

Obama se referiu a Snowden como "hacker de 29 anos". O delator, que completou 30 anos na semana passada, é ex-funcionário da CIA e de uma empresa que presta serviços para o governo dos EUA. Obama tentou minimizar a busca internacional por Snowden, baixando a temperatura de uma questão que já elevou as tensões entre os EUA e os parceiros Rússia e China.

Obama disse que os danos à segurança nacional norte-americana já foram feitos e que sua principal preocupação agora é assegurar que isso não aconteça novamente.

"Eu não vou fazer um estardalhaço com um suspeito que estamos tentando extraditar e elevar a questão a um ponto que comecemos a negociar uma série de outras questões simplesmente para extraditá-lo, para que ele enfrente o sistema judiciário", disse Obama em coletiva conjunta com o presidente senegalês, Macky Sall, na capital do país, Dacar.

Compreensível

O presidente norte-americano disse que a luta por justiça de Snowden é compreensivelmente interessante, mas que, como presidente, ele está mais interessado em impedir que o roubo de documentos aconteça novamente e na questão de equilibrar a segurança e os interesses de liberdade civil nos EUA.

Snowden vazou documentos que descrevem dois programas de vigilância da Agência Nacional de Segurança, que recolhe informações sobre ligações telefônicas de norte-americanos e um outro, que monitora comunicações pela internet no exterior.

Ele disse ter divulgado as informações por temer a excessiva supervisão do governo. Snowden permanece no aeroporto russo, sem destino certo.

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