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 | NASA/JHUAPL/SwRI/Divulgação
| Foto: NASA/JHUAPL/SwRI/Divulgação

Cientistas descobriram evidências de que o pequeno e distante Plutão esconde um imenso oceano abaixo de sua superfície congelada, contendo tanta água quanto os mares terrestres. A descoberta, descrita em dois estudos publicados na quarta-feira (16) na revista Nature, coloca o planeta anão no crescente número de mundos no Sistema Solar com presença água, e, por consequência, com potencial para abrigar vida.

De acordo com Francis Nimmo, da Universidade da Califórnia, o oceano de Plutão parece ser formado por uma espécie de lama misturada com gelo, e se encontra entre 150 e 200 quilômetros abaixo da superfície congelada. A profundidade alcança até 100 quilômetros, muito além dos 11 quilômetros da Fossa das Marianas, considerado o ponto mais profundo dos oceanos terrestres.

Contudo, Richard Binzel, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, destaca que como o oceano está coberto por uma camada tão espessa de gelo, Plutão não é um grande candidato a abrigar vida. A água em estado líquido é considerada um dos elementos essenciais para a vida como a conhecemos.

“É cuidadoso nunca dizer a palavra impossível”, ponderou Binzel.

A descoberta foi realizada por meio da análise de imagens e dados coletados pela espaçonave New Horizons, da Nasa, que sobrevoou o planeta anão em julho do ano passado. Os pesquisadores estavam analisando a estrutura conhecida como Sputnik Planitia, uma bacia em formato de coração na região equatorial de Plutão. Modelos computadorizados mostraram que a formação provavelmente estava preenchida por gelo, o que fez com que a crosta do planeta anão rachasse. E isso só poderia acontecer caso Plutão possuísse um oceano subterrâneo.

“Isso mostra que a natureza é mais criativa do que somos capazes de imaginar, por isso que vamos e exploramos”, disse Binzel.

As temperaturas na superfície de Plutão são congelantes, já que o planeta anão está a 5,9 bilhões de quilômetros do Sol, cerca de 40 vezes a distância da Terra à estrela no centro do nosso sistema. Porém, no seu interior, o corpo possui calor radioativo derivado de sua formação, há 4,6 bilhões de anos, suficiente para manter a água em estado líquido.

“Plutão tem bastante rochas e há calor sendo gerado, e uma camada de gelo com alguns quilômetros de espessura é um bom isolante”, disse Nimmo. “Então, um oceano subterrâneo profundo não é tão surpreendente, especialmente se o oceano contiver amônia, que age como anticongelante.”

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