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Os Estados Unidos disseram na quinta-feira à Rússia que uma oferta do Kremlin para compartilhar um radar no Azerbaijão não substitui os planos norte-americanos de instalar um escudo antimísseis no Leste Europeu.

"Fui muito explícito na reunião (ao afirmar) que víamos o radar azeri como uma capacidade adicional e que pretendíamos prosseguir com o radar na República Checa", disse o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, após um encontro com colegas de outros países da Otan e da Rússia.

Gates afastou a expectativa de uma rápida resolução para a disputa de meses com Moscou por causa do escudo.

Segundo ele, dificilmente os especialistas avaliarão a proposta feita há uma semana pelo presidente Vladimir Putin a tempo do encontro dos dias 1o e 2 de julho entre Putin e o presidente dos EUA, George W. Bush.

Gates afirmou que o ministro russo da Defesa, Anatoly Serdyukov, não respondeu aos seus comentários durante o encontro. Diplomatas afirmaram que antes Serdyukov havia repetido que Moscou considera sua proposta como um substituto do atual plano dos EUA.

Mas Gates se disse satisfeito com a proposta-surpresa feita por Putin na semana passada durante uma cúpula do G8. "Repeti nossa disposição de trabalhar e fazer parceria com a Rússia na defesa de mísseis", afirmou.

Os EUA pretendem instalar interceptadores de mísseis na Polônia e um radar na República Checa, uma configuração que Washington considera ideal para bloquear mísseis, particularmente do Irã, que estejam indo na direção dos EUA e à maior parte da Europa.

A Rússia vê nesse sistema uma ameaça à sua segurança, já que ficaria às suas portas.

Washington já havia dito que pretende manter reuniões entre especialistas para explorar as possibilidades na oferta russa do radar azeri, mas Gates se declarou "cético" sobre alguma conclusão antes da cúpula Bush-Putin em julho.

A tensão entre Washington e Moscou alarmou os membros europeus da Otan, especialmente depois que Putin ameaçou voltar mísseis russos contra a Europa caso os EUA mantivessem seus projetos.

Também havia a preocupação de que a Otan fique dividida entre países protegidos pelo escudo e os demais --Turquia, Grécia, Bulgária e Romênia, segundo especialistas, que não teriam cobertura total.

Mas ministros de Defesa da Otan aceitaram analisar a construção de um outro sistema antimísseis que cobrisse tais lacunas, o que foi visto por autoridades dos EUA como uma aceitação tácita do escudo norte-americano.

O estudo deve ficar pronto até fevereiro, e funcionários da Otan esperam para abril, na Romênia, um acordo para o início das obras no sistema, que teria interceptadores extras para o Sudeste Europeu.

"Acreditamos que as nossas preocupações foram tratadas e entendidas", disse à Reuters o ministro búlgaro da Defesa, Veselin Bliznakov.

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