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Paciente com sintomas da Covid-19 é levado de uma casa de repouso para o hospital, em Buenos Aires| Foto: RONALDO SCHEMIDT/AFP

Líder da resposta da OMS à pandemia, a epidemiologista Maria Van Kerkhove afirmou nesta quarta-feira (22) que existe uma tendência de aumento nos casos de coronavírus na América do Sul, o que é "preocupante". Kerkhove não tratou sobre casos específicos, mas ressaltou que a trajetória da pandemia em cada país "depende de como cada um deles reage" ao problema. Ela afirmou também que ainda há uma janela de oportunidade para que vários países atuem para conter o ritmo das novas transmissões.

Também presente na coletiva em Genebra, o diretor executivo do Programa de Emergências à Saúde da OMS, Michael Ryan, discutiu como poderão ser retomados eventos que reúnem muitas pessoas, como os esportivos. Ryan disse que será impossível determinar exatamente quantas pessoas reunidas seria seguro. Ele notou que aproximar as pessoas eleva os riscos, "mas obviamente elas querem voltar à vida normal".

Diante disso, Ryan recomendou um trabalho conjunto entre as autoridades e as pessoas, para reduzir os riscos "ao mínimo que seja gerenciável", além de insistir na necessidade de que se organizem bem esses eventos quando eles forem acontecer, a fim de se diminuir os riscos.

Ryan afirmou também que as quarentenas com restrição à circulação das pessoas "podem e devem ser evitadas em muitas circunstâncias". Segundo ele, o problema é relaxar quarentena sem "uma estratégia de saúde forte", que permita se detectar os casos da doença, para que eles sejam isolados e não transmitam mais o vírus.

"A detecção dos casos permite o máximo de proteção com o mínimo de restrições", afirmou Ryan, durante entrevista coletiva da OMS em Genebra.

Estratégias

Maria Van Kerkhove afirmou que a OMS apoia que os países mudem suas estratégias com relação ao coronavírus, conforme evolui o cenário para a doença em cada um deles. Michael Ryan enfatizou a necessidade de haver comunicação e diálogo entre as sociedades, a fim de que as decisões relativas ao problema sejam tomadas e seguidas.

Ryan ainda lembrou que a OMS não tem o poder de impor suas recomendações, nem de intervir nas decisões soberanas de cada país. Ressaltou, porém, que o órgão continua a ter seu papel de recomendar políticas na área de saúde, a fim de buscar minimizar os problemas existentes.

A OMS coordena, por exemplo, o esforço de várias organizações privadas e estatais, de diferentes países, no desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus. Porém, a entidade internacional está sendo amplamente criticada por ter demorado em declarar uma pandemia, por ter depositado imensa confiança nos dados apresentados pelas autoridades chinesas e por ter, em diversas ocasiões, elogiado a transparência do governo chinês em meio à pandemia. O presidente dos EUA, Donald Trump, e outros líderes na Europa e Ásia afirmaram que esse comportamento da OMS pode ter prejudicado a resposta dos demais países.

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