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Crianças jogam futebol na região de Rustemburgo, na África do Sul: poliomielite reapareceu também na Rússia, Tajiquistão, Turcomenistão e Cazaquistão | Marcos Brindicci/Reuters
Crianças jogam futebol na região de Rustemburgo, na África do Sul: poliomielite reapareceu também na Rússia, Tajiquistão, Turcomenistão e Cazaquistão| Foto: Marcos Brindicci/Reuters

Cinco milhões de doses de vacina contra a poliomielite começaram a chegar na sexta-feira na África para a primeira parte de uma campanha de imunização da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Uma campanha de vacinação realizada ao mesmo tempo em 15 países do continente foi lançada no fim do mês passado. O objetivo é imunizar 72 milhões de crianças entre zero e cinco anos de idade. Até o começo de novembro, a doença fez 767 vítimas em 19 países este ano.

O lote inicial de vacinas, procedente da Dinamarca, será distribuído na cidade portuária de Pointe-Noire, no distrito de Kouilou, na República do Congo, e em 16 distritos na província vizinha da República Democrática do Congo. Mais vacinas devem chegar até dezembro, destinadas ao Congo, à República Democrática do Congo e ao Norte de Angola.

Em entrevista à Rádio ONU, o diretor regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para a África Ocidental e Central, Gianfranco Rotigliano, afirmou que a intenção é "vacinar todas as pessoas de forma a impedir a ocorrência de mais casos e mortes o mais rapidamente possível".

Na República do Congo, 58 mortes foram registradas até outubro, além de 120 casos de paralisia flácida, de acordo com a Iniciativa Mundial para a Erradicação da Pólio. A doença não era registrada no país desde o fim do século passado. A maioria dos casos afetou jovens entre 15 e 25 anos.O governo congolês lançou um plano de resposta de emergência, com apoio internacional.

A iniciativa é uma parceria público-privada da OMS, do Rotary International, do Centro Americano para o Controle das Doenças (CDC) e do Unicef.

A OMS recomendou aos viajantes provenientes e com destino ao Congo e à República Democrática do Congo que reforcem a dose da vacina. O alerta também abrange a província do Zaire, em Angola. O país conseguiu erradicar a pólio entre os anos de 2000 e 2005, mas os casos voltaram a aparecer. A Fundação Bill e Melinda Gates estima que serão necessários US$ 60 milhões (pouco mais que R$ 100 milhões) nos próximos três anos para voltar a eliminar a doença no território.

O reaparecimento da doença não se deu apenas na África. Casos foram registrados este ano no Tajiquistão, Turcomenistão, Cazaquistão e na Rússia. A Europa não tinha novas ocorrências de poliomielite desde 2002.

No Brasil, não há novos casos de poliomielite desde 1989.

A pólio é mais comum em crianças, mas também pode aparecer em pessoas de outras idades. A transmissão se dá por via oral, principalmente em água ou alimentos contaminados por fezes. O vírus infecta o sistema nervoso, se multiplica e pode causar a destruição dos neurônios motores (paralisia flácida), a meningite ou levar à morte.

Não há tratamento. A única medida eficaz é a imunização, feita por dois tipos de vacina – Salk (injeção em uso desde 1995) e Sabin (licenciada em 1962, administrada em gotas).

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