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O governo sírio do presidente Bashar al Assad é o único do mundo que usa ativamente bombas de fragmentação, já que esse tipo de armamento, proibido desde 2008 em uma convenção internacional, foi usado em 152 pontos do país entre o segundo semestre de 2012 e o primeiro de 2013, afirma um relatório divulgado nesta quarta-feira em Genebra.

A denúncia, feita pela Coalizão contra as Bombas de Fragmentação, grupo que reúne 350 organizações da sociedade civil de 90 países, que ressaltou que 204 bombas deste perfil foram utilizadas no país dentro do período citado.

Na apresentação do relatório, Mary Wareham, diretora da divisão de armas da ONG Human Rights Watch e uma das autoras do texto, assinalou que o uso deste tipo de bombas na Síria causou a morte de pelo menos 165 pessoas em 2012, embora o número pode ser muito maior devido às dificuldades de recopilar informação atualizada no país.

"Embora também não haja informação precisa, achamos que o arsenal de bombas de fragmentação da Síria corresponde a um armamento da antiga União Soviética, adquirido pelo governo sírio muito antes do atual conflito", precisou a diretora.

O uso deste tipo de armas é condenado pela comunidade internacional e, por isso, a coalizão pediu aos Estados Unidos intervir militarmente Síria, principalmente em represália ao suposto ataque químico do último dia 21 de agosto, mas sem recorrer a este tipo de armas, já que, segundo o relatório, o fato poderia "agravar ainda mais a atual crise humanitária".

Segundo os relatórios existentes, a última vez que os EUA utilizaram bombas de fragmentação foi no Iêmen no final de 2009, quando pelo menos um míssil de cruzeiro TLAM-D, carregado com mini bombas BLU-97, impactou em uma aldeia da província de Abyan, ação que causou mais de 40 vítimas civis.

De acordo com a convenção, os Estados signatários têm um prazo máximo de oito anos para destruir suas reservas de bombas de fragmentação, embora a maioria tenha completado essa exigência na metade do tempo previsto.

O relatório assinala que sete signatários ratificaram a convenção no último ano, incluído dois países onde a munição foi utilizada (Chade e Iraque) e um que armazenou reservas (Peru), enquanto a maioria dos demais 29 signatários já adotou medidas em direção à ratificação.

No total, 112 países aderiram a convenção, dos quais 83 ratificaram ou adotaram o documento de adesão, com as notáveis ausências dos Estados Unidos, Rússia e China, os principais produtores deste tipo de armamento.

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