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A Organização das Nações Unidas (ONU) revelou ter encontrado "evidências convincentes" de que a soldados afegãos e estrangeiros mataram 90 civis, entre eles 60 crianças, em recentes bombardeios contra o oeste do Afeganistão. A ONU informou ter baseado suas informações em depoimentos da população e das autoridades locais, mas não apresentou aos jornalistas fotografias nem outros tipos de evidência.

De acordo com a ONU, uma investigação realizada por seus agentes resultou em "evidências convincentes, baseadas em depoimentos de testemunhas e outras pessoas, de que 90 civis foram mortos, sendo 60 crianças, 15 mulheres e 15 homens". Houve ainda 15 civis feridos, segundo a ONU.

O governo do presidente Hamid Karzai, numa declaração dura, ordenou aos ministérios das Relações Exteriores e da Defesa que regulamentem a presença de tropas estrangeiras no país e tentem negociar o "fim dos ataques aéreos a alvos civis, operações de busca descoordenadas e detenções ilegais de civis afegãos". A declaração de Karzai parecia destinada tanto aos soldados dos EUA quanto às tropas da Otan.

A coalizão militar liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão alega ter matado 25 rebeldes islâmicos em um ataque aéreo contra o distrito de Shindand, na província de Herat, realizado na sexta-feira da semana passada. O comando militar americano admite que cinco civis também morreram no bombardeio e prometeu investigar o caso.

Humayun Hamidzada, porta-voz de Karzai, disse hoje que a decisão do presidente foi tomada depois de funcionários do governo terem "perdido a paciência" com as tropas estrangeiras e os sucessivos casos de morte e detenção de civis em operações contra lugares remotos do país.

"Nós não queremos que as forças internacionais deixem o Afeganistão até que nossas instituições de segurança sejam capazes de defender sozinhas o Afeganistão", explicou Hamidzada. "Mas a presença dessas forças deve ser pautada pelas leis afegãs e pelo respeito às leis internacionais", argumentou.

O capitão Mike Windsor, porta-voz da Otan em Cabul, disse que ouviu falar da decisão pela mídia, mas assegurou que a entidade ainda não foi formalmente notificada. Ele salientou que a missão da Otan "é baseada em um mandato da ONU e realizada a convite do governo afegão". O comando militar americano ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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