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Ao menos 3.660 pessoas foram mortas e 8.756 ficaram feridas na violência no leste da Ucrânia entre meados de abril e 6 de outubro, disse o gabinete de Direitos Humanos da ONU, nesta quarta-feira (8), em um relatório mensal feito por monitores do órgão no país.

Ao menos 331 das mortes foram registradas após o cessar-fogo de 5 de setembro, disse a ONU, embora algumas dessas mortes possam ter ocorrido antes e terem sido registradas apenas depois daquela data.

O cessar-fogo foi acertado entre os separatistas pró-Rússia, que declararam independência em duas regiões do leste, e o Exército ucraniano.

O acordo de paz prevê também a criação de uma zona desmilitarizada na linha de frente no leste do país.

Nesta terça (7), o governo da Ucrânia informou que quase mil militares morreram em enfrentamentos com os separatistas, sendo que 64 mortes ocorreram após o cessar-fogo.

Apesar de os observadores da ONU terem reportado a ausência de ações ofensivas em longa escala desde o acordo de cessar-fogo, confirmaram que, em alguns lugares, continuaram os disparos de artilharia, de tanques e de armas de pequeno calibre.

Essas situações ocorreram principalmente nos arredores do aeroporto de Donestk, que as forças separatistas pró-russas tentaram invadir, mas o ataque foi repelido pelas forças governamentais, que mantêm o controle do terminal.

O conflito privou mais de 5 milhões de pessoas, residentes nas áreas diretamente afetadas, de seus direitos fundamentais, indicou também o Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Em Donestk e Lugansk, cerca de 40 mil negócios, pequenos e médios, deixaram de funcionar por conta do conflito. A violência causou o deslocamento forçado de quase 376 mil pessoas.

O relatório da ONU afirma ainda que entre os dias 24 de agosto e 5 de setembro, houve "um aumento significativo de detenções por parte de grupos armados" e "relatos alarmantes de torturas e maus tratos dos presos", inclusive execuções e violência sexual.

A ONU também responsabiliza às Forças Armadas e a polícia da Ucrânia de maus tratos aos detidos.

Crise

A crise Ucrânia começou há dez meses, quando o ex-presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, aliado da Rússia, rejeitou um acordo de livre comércio da UE, desencadeando uma revolta popular em que ele foi derrubado.

Com a queda de Yanukovich, a Rússia anexou, após um referendo em março, a península ucraniana da Crimeia, onde a maioria da população tem etnia russa.

Moscou denuncia o novo governo ucraniano por prejudicar os interesses da minoria étnica russa do país e tem sido solidário aos rebeldes separatistas no leste da Ucrânia.

Segundo os países ocidentais, a Rússia apoia os rebeldes com armas e treinamentos, além de ter enviado suas próprias tropas à Ucrânia. Moscou nega as alegações.A rebelião separatista começou em abril, quando Luganks e Donetsk declararam independência de Kiev.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, eleito em maio, lançou uma ofensiva para retomar as áreas separatistas.

Os rebeldes são os principais suspeitos de terem derrubado um avião da Malaysia Airlines em 17 de julho, pensando se tratar de um avião militar ucraniano.

O voo MH17 fazia a rota Holanda-Malásia, quando foi abatido por um míssil. As 298 pessoas a bordo morreram.

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