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Presidente da Georgia, Mikheil Saakashvili, discursa durante reunião que discute as metas do Milênio, na sede da ONU, em Nova York. | REUTERS/Chip East
Presidente da Georgia, Mikheil Saakashvili, discursa durante reunião que discute as metas do Milênio, na sede da ONU, em Nova York.| Foto: REUTERS/Chip East

Uma cúpula da ONU cobrou na terça-feira esforços mais intensos pelo cumprimento das chamadas Metas de Desenvolvimento do Milênio, voltadas para a drástica redução da fome e da miséria até 2015, e alertou que só a ajuda financeira internacional não bastará para tirar os países da pobreza.

Os 140 líderes mundiais reunidos em Nova York discutem o avanço das Metas do Milênio, instituídas há dez anos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Um recente relatório da entidade disse que as metas de reduzir a fome e a pobreza pela metade dentro de cinco anos (em comparação a 1990) continuam sendo factíveis, mas que o mundo está ficando para trás no cumprimento dos demais objetivos, ligados a educação, mortalidade infantil e materna, combate à Aids e outras doenças, igualdade de gêneros e proteção ambiental.

A crise econômica e financeira global contribuiu para dificultar o cumprimento das metas, pois levou países ricos a reduzirem sua assistência ao desenvolvimento.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que os países pobres não podem depender indefinidamente das doações, e precisam se encarregar do seu próprio desenvolvimento e do uso adequado dos seus recursos.

Ela afirmou que o progresso econômico e social é "impensável" sem boas instituições e respeito aos direitos humanos.

"A responsabilidade primária pelo desenvolvimento está com os governos dos países em desenvolvimento", disse ela na sessão especial da Assembleia Geral.

"Está nas suas mãos se a ajuda pode ser efetiva. Portanto, o apoio ao bom governo é tão importante quanto a ajuda em si."

O ministro russo de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, também disse que cabe aos governos aliviarem a pobreza, mas notou que a ajuda aos países mais pobres só seria possível por meio de um apoio coordenado de toda a comunidade internacional.

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, atribuiu a pobreza do seu país às sanções internacionais "ilegais e debilitantes." O país africano, governado por Mugabe desde 1980, está sob sanções dos Estados Unidos e União Europeia há quase dez anos por causa de expropriações fundiárias violentas e de eleições marcadas por fraudes.

No mesmo evento, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse que o capitalismo está moribundo e que é hora de criar um novo sistema econômico.

"O mundo precisa de uma ordem abrangente e naturalmente justa e humana, à luz da qual os direitos de todos sejam preservados, e a paz e a segurança sejam salvaguardadas."

Vários oradores disseram que as Metas do Milênio só serão cumpridas se houver mais iniciativas para melhorar a vida das mulheres.

"Alcançar as Metas de Desenvolvimento do Milênio não é uma opção. Não é um luxo. É uma obrigação e um investimento. O mundo não pode prosperar sobre os desequilíbrios", disse o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.

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