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Enviados do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos iniciaram nesta terça-feira em Honduras uma investigação sobre abusos cometidos pelo governo de facto desde o golpe de 28 de junho.

Entre as várias denúncias estão as violações cometidas contra a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, incluindo o uso de um canhão ultramoderno de som que emite ondas de altíssima frequência.

Projetada como arma não letal para dispersar multidões em lugares abertos, o dispositivo foi empregado pela polícia hondurenha contra a missão brasileira poucos dias após o presidente deposto, Manuel Zelaya, se refugiar na casa. À época, estavam dentro da embaixada brasileira mais de 300 pessoas.

Certos modelos de canhão emitem ondas de até 150 decibéis, podendo causar dores incontroláveis e danos permanentes à audição. Alguns modelos podem também se converter em microfone ultrassensível. Leve e portátil, o dispositivo tem sido uma das principais armas usadas por embarcações na costa leste da África para evitar ataques de piratas somalis.

Segundo a Agência Estado apurou, o Itamaraty mostrará à comissão da ONU fotos e gravações de áudio que comprovam as violações cometidas contra a representação brasileira.

O relatório final deverá ser apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da organização, com sede em Genebra, na Suíça, e poderá dar força a uma investigação contra o governo de facto comandado por Roberto Micheletti.

Atualmente, aparelhos de som potentes emitem ininterruptamente sons de animais nos muros da embaixada e dois refletores de estádio iluminam a casa durante a noite inteira.

Foram instaladas também duas gruas, de onde policiais e soldados vigiam e, muitas vezes, ameaçam com armas zelaystas e jornalistas que continuam dentro da casa. Além disso, quando Zelaya se refugiou na embaixada, soldados deixaram o hino nacional hondurenho tocar no mais alto volume durante horas.

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