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A ONU iniciará uma investigação oficial e independente sobre o possível uso de armas químicas na Síria em resposta ao pedido do governo do país, segundo anunciou nesta quinta-feira (21) o secretário-geral do organismo, Ban Ki-moon.

A investigação começará "o mais breve possível", disse Ban em declaração à imprensa na sede das Nações Unidas.

O secretário-geral disse que a missão se concentrará na denúncia do governo sírio, que acusa os rebeldes de ter usado projéteis de artilharia com substâncias químicas.

Ban explicou que tem liberdade para iniciar uma investigação se um Estado membro das Nações Unidas solicitar que se estude o possível uso de armas com substâncias químicas, bacteriológicas ou com toxinas, tal como estabelecem resoluções da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança.

"Estou, certamente, sabendo que há alegações de casos similares sobre o suposto uso de armas químicas", disse o secretário-geral em referência às denúncias da oposição síria contra o governo neste sentido.

O anúncio do secretário-geral aconteceu após um pedido formal apresentado ontem pelo governo sírio, que foi seguido de uma nova divisão no Conselho de Segurança, mais uma das tantas que o organismo teve sobre a guerra civil na Síria.

A Rússia apoiou a solicitação do governo sírio, enquanto França e outros países do Conselho tentaram sem sucesso pedir ao secretário-geral que forme uma missão neutra para investigar tanto as denúncias do regime como as da coalizão opositora, um pedido ao qual Moscou se opôs fortemente.

"Meu anúncio deve lembrar de forma inequívoca que o uso de armas químicas é um crime contra a humanidade. A comunidade internacional precisa de uma garantia completa que os arsenais de armas químicas estão controlados de forma verificável", afirmou Ban.

O secretário-geral da ONU reconheceu que a missão será "difícil", por isso pediu a "cooperação total" e o "acesso sem restrições" tanto ao governo como à oposição da Síria.

Ban ressaltou que nos dois anos de conflito civil sírio lembrou reiteradamente ao regime da Síria, inclusive com duas cartas ao presidente Bashar al Assad, que era responsabilidade de seu governo garantir "a segurança" dos arsenais de armas químicas desse país.

Também lembrou que já falou com os dirigentes da Convenção para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ, com sede em Haia) e a Organização Mundial da Saúde (OMS, situada em Genebra) para estudar as modalidades da missão de investigação. "Todos me garantiram pleno apoio", acrescentou.

Ban aposta em que a missão "contribuirá para garantir a segurança dos arsenais de armas químicas na Síria".

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