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A oposição cobrou que o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, anuncie seu total apoio ao tribunal apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) que acusou membros do Hezbollah pelo assassinato do ex-premiê Rafiq Hariri, em 2005.

"Nós exigimos que o primeiro-ministro anuncie aberta e claramente seu compromisso (com o tribunal) diante do Parlamento na terça-feira, e diga que ele tomará todos os passos necessários para cumprir suas decisões, ou deem o fora, ele e seu governo", afirmou na noite de ontem o parlamentar Fuad Siniora, ele próprio um ex-premiê e importante membro da oposição.

O governo de Mikati, em que o Hezbollah e seus aliados controlam a maioria das cadeiras, enfrenta nesta semana um voto de confiança no Parlamento. O Tribunal Especial para o Líbano, apoiado pela ONU, emitiu na semana passada acusações formais pela morte de Hariri, em 2005. Hariri era um poderoso bilionário sunita, apoiado pela Arábia Saudita, e foi morto em um atentado. O tribunal emitiu mandados de prisão contra quatro importantes membros do Hezbollah, um grupo xiita apoiado pelo Irã.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, disse no sábado que nunca entregará os quatro, acrescentando que a corte sediada na Holanda deve se preparar para um julgamento in absentia (em ausência).

Nasrallah atacou várias vezes o tribunal, visto por ele como uma conspiração dos EUA e de Israel contra o Hezbollah. No sábado, porém, adotou um tom conciliador no plano interno, dizendo que as tentativas israelenses de incitar a violência sectária no Líbano irão fracassar.

O tribunal especial, estabelecido em 2007, gerou uma forte crise política no Líbano, levando ao colapso de um governo de unidade apoiado pelo Ocidente. O indiciamento ocorre em um momento delicado para o Hezbollah, com um importante aliado, o presidente sírio Bashar al-Assad, enfrentando uma onda de protestos sem precedentes.

O assassinato de Hariri gerou uma onda de protestos no Líbano em 2005, que, combinados com a pressão internacional, forçaram a Síria a retirar suas tropas do país, após 29 anos. A Síria é suspeita de envolvimento no homicídio, porém Damasco nega qualquer participação na morte de Hariri.

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