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Ataques com bombas mataram ao menos 14 prisioneiros e deixaram outros 32 feridos em um veículo de segurança sírio no sábado (21), em meio a intensas batalhas entre rebeldes e forças do governo. Enquanto isso, a Liga Árabe considerava manter ou não monitores no país, ao mesmo tempo em que o partido oposicionista pedia levar o conflito para exame da ONU.

O partido de oposição Conselho Nacional Sírio (SNC) pediu formalmente à Liga Árabe que ela encaminhe a crise Síria ao Conselho de Segurança da ONU, depois que observadores árabes falharam na tentativa de acabar com o banho de sangue no país, disse um porta-voz da oposição.

Grupos de oposição sírios já haviam pedido anteriormente que o caso fosse encaminhado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas ainda não haviam feito pedido formal aos 22 países membros da Liga, cujos ministros do exterior se reunirão no domingo para discutir a crise na Síria.

"Achamos que quando a Liga Árabe encaminhar o caso às Nações Unidas e ao Conselho de Segurança, a situação vai mudar", disse a porta-voz do SNC, Basma Elkadamny, aos repórteres no Cairo, no sábado.

Questionada sobre a oposição da China e da Rússia em relação a qualquer envolvimento do Conselho de Segurança, ela disse: "Quando a Liga Árabe transferir o caso para as Nações Unidas e, confirmar ao mundo que o regime sírio não está cooperando com a Liga Árabe, todos os países terão que tomar novas posições."

Os comentários foram feitos um dias antes do chefe dos observadores da Liga Árabe apresentar suas conclusões aos ministros árabes, que devem decidir se pretendem estender, retirar ou reforçar a missão de monitoramento, que chegou à Síria no final de dezembro e tem sofrido críticas por não ter conseguido por fim à violência.

A comunidade internacional tem mostrado pouca aprovação para uma intervenção militar como a que aconteceu na Líbia e até mesmo um membro da oposição Síria, disse no sábado que a ideia do Qatar de despachar as forças árabes para ajudar a restabelecer a calma ao país seria "irreal".

No Cairo, antes da reunião da Liga Árabe, o chefe do SNC Burhan Ghalioun disse aos repórteres que os observadores não foram devidamente preparados para dar uma avaliação justa em relação ao papel da Síria, no cumprimento do que foi determinado pelo plano de paz árabe, e que seu grupo rejeitará qualquer resultado que fique aquém das aspirações do povo sírio.

"As condições sob as quais a missão trabalhou, a situação envolvendo o seu trabalho e as condições limitadas que ela recebeu não lhe permitiram apresentar um relatório objetivo sobre a situação da Síria", disse Ghalioun, após uma reunião com Nabil Elaraby, chefe da Liga Árabe.

"Se o relatório, por esses motivos, acabar não sendo objetivo, o Conselho Nacional Sírio vai rejeitá-lo."

Elaraby se reuniu com diversas autoridades árabes, no sábado, e uma fonte próxima à Liga Árabe, disse que os ministros tanto podem decidir estender a missão por mais um mês, quanto oferecer o apoio adicional das Nações Unidas ou de peritos militares.

"Os ministros podem concordar no domingo em enviar membros das Nações Unidas ou especialistas militares junto com os monitores, e essa solução vai agradar a todos, tanto àqueles a favor, quanto aos contra a imposição de sanções mais severas ao regime sírio," acrescentou a fonte.

A sugestão de enviar especialistas da ONU para apoiar os especialistas árabes teve pouco progresso na última reunião no início do mês e Damasco disse que aceitaria uma extensão da missão dos observadores, mas não uma ampliação do seu escopo.

Segundo a ONU, mais de 5.000 pessoas morreram desde março sob o regime do presidente Bashar Al-Assad, que os rebeldes tentam derrubar. O governo diz que 2.000 soldados morreram desde então.

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