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Obama tentará poupar dinheiro restringindo 120 projetos federais, inclusive a missão, fortemente simbólica, de retomar voos tripulados à Lua | Reuters
Obama tentará poupar dinheiro restringindo 120 projetos federais, inclusive a missão, fortemente simbólica, de retomar voos tripulados à Lua| Foto: Reuters

O presidente norte-americano, Barack Obama, apresentou nesta segunda-feira uma proposta orçamentária sob a qual o déficit público do país vai bater um novo recorde em 2010, contrariando sua meta de manter a responsabilidade fiscal em meio à luta contra o desemprego na casa dos dois dígitos.

Considerado pela oposição republicana como um liberal da velha guarda, afeito a taxar e gastar, Obama está sendo pressionado a convencer investidores e grandes credores como a China que tem um plano confiável para controlar o déficit e a dívida pública.

Embora mantendo neste ano políticas destinadas a estimular a recuperação econômica, Obama tentará poupar dinheiro restringindo 120 projetos federais, inclusive a missão, fortemente simbólica, de retomar voos tripulados à Lua. Realizará, no entanto, mais investimentos em educação e pesquisa.

As pesquisas mostram que o eleitorado está preocupado com a fragilidade das finanças públicas dos EUA, e Obama pretende criar uma comissão bipartidária para discutir propostas sobre tributos e gastos públicos.

O orçamento para o ano fiscal que vai até 30 de setembro de 2011, e que precisa ser aprovado no Congresso, prevê um déficit de 1,56 trilhão de dólares em 2010, o que equivale a 10,6 por cento do PIB.

O texto orçamentário, entregue de antemão a jornalistas, deve ser divulgado às 13h (horário de Brasília) e discutido por Obama às 10h45.

O novo aumento no déficit se deve em parte a gastos vinculados ao pacote de estímulo fiscal sancionado pelo presidente em 2009. O déficit atual é de 1,41 trilhão de dólares, ou 9,9 por cento do PIB. Esse número deve cair a menos da metade até o final do mandato de Obama, em 2012.

A proposta do governo incorpora uma reforma da saúde ainda não aprovada no Congresso. Já a arrecadação de 646 bilhões de dólares resultante da limitação de emissões de carbono e comercialização de créditos para esse fim foi retirada da peça orçamentária, num sinal de que o governo duvida da sua aprovação parlamentar.

"Para manter a criação de empregos e manter o crescimento econômico ao longo do tempo, é importante reduzir esses déficits nos anos seguintes," disse a jornalistas Peter Orszag, diretor orçamentário da Casa Branca.

O crescimento dos EUA no quarto trimestre foi de 5,7 por cento, segundo taxa anualizada, mas isso ainda não se refletiu numa queda do desemprego, que está em cerca de 10 por cento, maior índice em 26 anos.

Para promover a recuperação do emprego, Obama quer reservar em 2010 100 bilhões de dólares para créditos fiscais a pequenas empresas, além de investimentos em energia limpa e infraestrutura. Só no ano seguinte ele deve começar a apertar os cintos nas finanças públicas.

"Estamos tentando um pouso suave em termos da nossa trajetória fiscal, para evitar o risco de 1937, quando fizemos uma redução rápida demais do déficit", disse Orszag.

Economistas dizem que a retirada prematura de políticas de estímulo fiscal contribuiu com o prolongamento da Grande Depressão na década de 1930. Obama não quer repetir esse erro, mas tampouco deseja transmitir aos investidores a sensação de que os EUA são incapazes de colocar ordem nas suas contas públicas.

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