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Membros da equipe da Organização Mundial da Saúde (OMS) que investigam as origens da pandemia Covid-19 se preparam para embarcar em um ônibus após sua chegada a uma seção isolada na área de desembarque internacional do aeroporto de Wuhan em 14 de janeiro de 2021.
Membros da equipe da Organização Mundial da Saúde (OMS) que investigam as origens da pandemia Covid-19 se preparam para embarcar em um ônibus após sua chegada a uma seção isolada na área de desembarque internacional do aeroporto de Wuhan em 14 de janeiro de 2021.| Foto: NICOLAS ASFOURI / AFP

Um relatório de especialistas encomendado pela Organização Mundial da Saúde criticou a China por não ter agido rápido o suficiente para conter o surto inicial da doença. O painel também questionou a própria OMS deveria ter anunciado a pandemia antes.

O Painel Independente para Preparação e Resposta à Pandemia foi estabelecido pelo Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) em resposta à resolução 73.1 da Assembleia Mundial da Saúde. Seu objetivo é fornecer um caminho para os países e instituições globais a fim de que abordem as futuras ameaças à saúde com base em evidências e nas lições obtidas com a pandemia.

O relatório que foi reportado pelo Washington Post nesta segunda-feira (18) diz que “está claro para o painel que as medidas de saúde pública poderiam ter sido aplicadas com mais vigor pelas autoridades de saúde locais e nacionais na China em janeiro de 2020”, logo depois que o coronavírus começou a afetar grupos de pessoas.

Ao tratar da resposta inicial ao novo coronavírus pela China, o relatório afirma que a manifestação de uma “pneumonia de causa desconhecida” deveria ter encadeado uma série de medidas de isolamento do grupo infectado para “estabelecimento provável do novo agente causal por meio de análises”.

O painel também afirma que “se o princípio da precaução tivesse sido aplicado em relação à evidência indicativa mais antiga, mas não confirmada, de transmissão de pessoa para pessoa e assintomática, avisos mais precoces e mais fortes sobre o potencial de transmissão de pessoa para pessoa poderiam ter sido emitidos tanto pela OMS quanto pelas autoridades nacionais e locais”.

O grupo independente de pesquisa, contudo, não está conduzindo uma investigação forense sobre as origens do novo vírus ou procurando identificar o evento de transbordamento, quando ele mudou de hospedeiros animais para humanos.

O painel também citou evidências de casos em outros países no final de janeiro, dizendo que as medidas de contenção da saúde pública deveriam ter sido implementadas imediatamente em qualquer país com um caso provável e afirmou que “apenas uma minoria de países tirou o máximo proveito das informações disponíveis” para responder à “pandemia emergente”.

Os especialistas também se perguntaram por que a OMS não declarou uma emergência global de saúde pública mais cedo. A agência de saúde da ONU convocou seu comitê de emergência em 22 de janeiro, mas não caracterizou a doença como uma emergência internacional. Na época, a OMS disse que seu comitê de especialistas estava dividido sobre a declaração de uma pandemia.

O painel questiona “se a OMS usasse a palavra pandemia mais cedo que o fez”, se teria ajudado a reduzir os danos do novo coronavírus. A organização só nomeou o surto de Covid-19 como pandemia em 11 de março, após a doença atingir níveis epidêmicos em vários continentes (atendendo à própria definição de pandemia da OMS naquele momento).

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